Documentos publicados no Blog do jornalista Juremir Machado indicam que o Grupo RBS repassou cerca de R$ 12 milhões ao ex-conselheiro do Carf José Ricardo da Silva. O advogado é dono da empresa SGR Consultoria, acusada de ser uma das principais operadoras do esquema de sonegação fiscal envolvendo grandes empresas brasileiras.
Em uma conversa telefônica gravada com autorização judicial, dois integrantes do Conselho Administrativo de Recursos Fiscais (Carf) afirmam que José Ricardo recebeu “R$ 13 milhões” da RBS. Na conversa, Paulo Roberto Cortez, então membro do Carf, revela a Edison Pereira Rodrigues, presidente do Conselho entre 1999 e 2005, que a RBS pagou os valores a José Ricardo, e que ele teria prometido “uma migalha” de R$ 150 mil caso o processo da RBS fosse arquivado.
A questão foi parar no Supremo Tribunal Federal, pois envolve duas autoridades com foro privilegiado: o ministro do Tribunal de Contas da União (TCU) Augusto Nardes e o deputado federal Afonso Motta, líder do PDT na Câmara e ex-diretor do grupo RBS. Os detalhes não foram divulgados, pois o processo corre em segredo de justiça.
A Polícia Federal estima que foram desviados mais de R$ 19 bilhões por empresas como as gaúchas RBS e Gerdau, banco Santander e Safra; as montadoras Ford e Mitsubishi; as companhias Cimento Penha, Boston Negócios, J.G. Rodrigues, Café Irmãos Julio e Mundial-Eberle.
O que diz a RBS
Por nota, a assessoria de comunicação da RBS informou que a SGR “foi um dos contratados pelo Grupo RBS para sua defesa em processo iniciado em 2000 e concluído em 2011”.
Segundo a empresa, “os respectivos honorários advocatícios, como sempre, foram devidamente contabilizados e informados às autoridades competentes”.
“A RBS jamais celebrou qualquer tipo de contrato nem manteve qualquer vínculo profissional de espécie alguma com a empresa Planalto Soluções e Negócios, pessoas a ela vinculadas ou com o ministro do TCU Augusto Nardes”, afirmou a RBS, na nota.
Com informações da Folha de São Paulo