As profissionais de jornalismo da RBS TV em Santa Catarina ganham em média R$ 299 a menos do que os homens. É o que revela um levantamento realizado pelo Sindicato dos Jornalistas de Santa Catarina. As mulheres representam 52% dos profissionais de TV do Grupo NC (antigo Grupo RBS), mas ainda assim, ganham cerca de 9% menos.
Segundo o levantamento, o salário médio dos homens na RBS TV é de 3.379, contra R$ 3.081 das mulheres. Os dados são relativos a dezembro de 2016, e contemplam todos os profissionais de TV das praças de Florianópolis, Blumenau, Chapecó, Criciúma, Joinville e Joaçaba.
A diferença é menor do que a registrada entre o total de trabalhadores do país. Dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílio (Pnad) realizada pelo IBGE, referente ao 4º trimestre de 2016, mostram que o salário médio dos homens é de R$ 2.245 e o das mulheres, de R$ 1.779, uma diferença de R$ 446. Ainda assim, demonstra a dificuldade em fazer valer na prática a igualdade de gênero.
Nos cargos de chefia, há casos onde a diferença salarial para a mesma função é maior que 55%.
“Infelizmente é a nossa realidade e é contra ela que temos que lutar todos os dias. Podemos trabalhar a mesma quantidade horas e com a mesma qualidade, mas invariavelmente temos que nos submeter a salários mais baixos. A RBS é uma das reprodutoras no Estado do que acontece no Brasil inteiro”, afirma Tânia Machado de Andrade, diretora do Sindicato dos Jornalistas e membro da Comissão de Mulheres da FENAJ. Tânia lembra que é fundamental a mobilização contra a reforma da previdência que atingirá a todos os trabalhadores e trabalhadoras, mas é ainda mais prejudicial às conquistas das mulheres.
Outros segmentos
No segmento de rádio, não é possível medir a diferença salarial entre homens e mulheres. São apenas 10 jornalistas contratados, dos quais nove são homens. A única jornalista nas rádios do Grupo RBS tem um contrato de horas reduzidas, o que não permite a comparação.
Já nos jornais impressos, as mulheres levam uma singela vantagem: em média, recebem R$ 46 a mais do que os homens, ou 1,23%. O salário médio delas é de R$ 3.792,61, contra R$ 3.746,64. Apesar disso, elas representam a minoria dos profissionais contratados nos impressos, ocupando 44% dos postos de trabalho, e a diferença nos cargos de chefia também é superior a 30% em alguns casos.