A Universidade do Contestado (UnC) está com inscrições abertas para processo seletivo em que prevê a contratação de jornalistas de maneira irregular. A vaga prevista é para “assistente de marketing”, porém, é exigida a formação em jornalismo e dois anos de experiência na área. Além de prever um salário de R$ 1.685,74 – abaixo do piso da categoria – a jornada é de 42 horas semanais. A legislação determina que sejam apenas 30 horas.
O próprio conteúdo da prova para “assistente de marketing” revela a irregularidade na contratação de jornalistas pela UnC. O edital prevê itens como elaboração de pautas, técnicas de reportagem, produção de entrevistas para meios impressos, audiovisuais e digitais. Também aparecem como conteúdo da prova noções de assessoria de comunicação, planejamento e cobertura de eventos, noções de fotojornalismo, entre outros.
O cargo de “assistente de marketing” é previsto no Plano de Cargos e Salários da Universidade. O documento traz o nome, mas não a descrição das funções. Há outra vaga com a mesma nomenclatura no edital da UnC, mas esta exige formação em publicidade ou design.
UnC tem departamento de assessoria de comunicação
A irregularidade do edital fica evidente quando se entra no site da Universidade. um dos links no topo da página leva a informações sobre a assessoria de comunicação da UnC. Vinculada à reitoria, o departamento tem até mesmo uma Política de Comunicação Institucional estabelecida em resolução interna. O documento prevê que a assessoria estabeleça relações com a imprensa. Também são descritas funções do setor, como “produzir conteúdo jornalístico para imprensa”, “produzir notícias para os veículos de comunicação da UnC”, “promover o agendamento de entrevistas com a imprensa” “organizar coletivas de imprensa”, entre outros.
O Sindicato dos Jornalistas vai contestar o concurso da Universidade do Contestado. “Este tipo de manobra para precarizar o trabalho dos jornalistas não é admissível. Vamos contatar a universidade e buscar uma solução para o problema”, afirma o presidente do SJSC, Aderbal filho. O sindicato buscará uma solução administrativa para o problema, mas não descarta a via judicial, se necessário.