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Assessoria de Imprensa e o Interesse Público do Jornalismo foi o tema em debate no Seminário

IMG_3010__O Sindicato dos Jornalistas de Santa Catarina realizou na sexta-feira (9/8), o seminário “Assessoria de Imprensa e o Interesse Público do Jornalismo”, preparatório ao Encontro Nacional de Jornalistas em Assessoria de Imprensa (Enjai) e Assembleia Geral para eleição de delegados ao evento nacional.  A atividade teve como palestrantes a assessora de imprensa do Instituto Federal de Goiás e vice-presidente da Federação Nacional dos Jornalistas (FENAJ), Maria José Braga, e o professor Samuel Lima, da UFSC, que apresentou a pesquisa “Perfil do Jornalista Brasileiro” com enfoque direcionado as profissionais que atuam em assessoria de imprensa.

A abertura do evento contou com a apresentação poética do jornalista Miral Pereira dos Santos, o peregrino que, com 72 anos, prepara-se para fazer seu sétimo percurso por cidades brasileiras inspirando debates contra a violência, corrupção e outros temas. Miral também brindou o evento com dois “varais” nos quais expôs, no auditório da FECESC, banners e cartazes com as mensagens que dissemina em suas andanças pelo Brasil.

O trabalho jornalístico do assessor de imprensa foi questionado por um dos participantes do evento. “Não considero a assessoria de imprensa como Jornalismo. O papel do assessor de imprensa é de consenso. A essência do Jornalismo é ouvir os dois lados”, disse. A palestrante refutou: “Eu descordo. A informação de interesse público produzida por assessores de imprensa tem crescido nas instituições públicas e privadas. Além disso, percebemos, com o avanço da tecnologia, que muitas empresas e entidades  têm um site ou portal na Internet para viabilizar a publicação de informação direta à sociedade”. Valci Zuculoto, vice-presidente do SJSC, complementou: “A Voz do Brasil, por exemplo, é uma forma de assessoria de imprensa. Eles fazem Jornalismo”.

Questionada sobre as limitações e dificuldades do trabalho da assessoria de imprensa, Maria José explicou: “Os assessores, como os profissionais das redações, enfrentam limitações. Sabemos que nem sempre podemos elaborar uma matéria no jornal conforme queremos. Talvez, a informação que mereceria destaque em título tenha que ser camuflada no desenvolvimento do texto”. Ela apontou que os interesses particulares das chefias é um problema que afeta o trabalho tanto do assessor de imprensa quanto do repórter na redação. Maria José disse ainda que, como em todas as profissões, no Jornalismo existem bons e maus profissionais. Segundo a sindicalista, uma das dificuldades que o assessor enfrenta é o trabalho com o assessorado, é convencer o patrão que uma informação é de interesse público. “Esse é um embate que o assessor enfrenta o tempo todo”, disse.

Maria José deu ênfase aos eventos esportivos e culturais: “As manifestações artísticas e esportivas são de extremo interesse público. Muitas dessas atividades não são divulgadas como deveriam”, observou, fazendo um alerta aos assessores de imprensa: “o assessor não pode impedir que os profissionais da redação tenham acesso a outras fontes da empresa, entidade ou órgão público. Todos devem estar acessíveis para compor a informação”.  O diretor do SJSC, Ricardo Medeiros, lembrou da ética na profissão. “Como qualquer cidadão, todos temos que ser éticos. Se erramos, o primeiro passo para o acerto é assumir o erro”, completou.

Após o debate sobre o tema central do XIX ENJAI houve a exposição da pesquisa “Perfil dos Jornalistas Brasileiros”, realizada pelo Programa de Pós-Graduação em Sociologia Política da UFSC com apoio da FENAJ – com enfoque nos profissionais de Assessoria de Imprensa. O professor Samuel Lima fez um comparativo entre os dados da pesquisa concluída em março de 2013 com uma mais recente, realizada pela Associação Brasileira de Comunicação Empresarial. “Afora o fato de que na pesquisa da Aberj houve um grau de participação maior dos profissionais do eixo Rio-São Paulo, que naturalmente influencia mais dados como remuneração média, em vários quesitos houve uma identidade muito grande nos resultados, o que nos permite afirmar que a leitura que fizemos sobre a realidade da profissão é bastante sólida”. disse.

A pesquisa PPGSP/UFSC/FENAJ revelou que 40,30% dos jornalistas brasileiros atuam fora da mídia, como assessores de imprensa/comunicação. Além disso, outros 12,2% atuam  em veículos de comunicação e em assessoria de imprensa. A mesma pesquisa também mostrou que os assessores são mais satisfeitos com suas atividades que os profissionais de mídia, mas as relações de trabalho do segmento não são melhores. Apenas 39,4% dos assessores trabalham com carteira assinada. 28,8% dos jornalistas estão submetidos a relações trabalhistas precarizadas: 13,7% têm contratos de prestação de serviço, 5,5% são freelancers, 5,4% trabalham como pessoas jurídicas e 4,2% têm outros tipos de contratação não identificadas.

Na assembleia geral, além da aprovação das 4 teses guia inscritas ao XIX ENJAI, foram eleitos delegados de Santa Catarina ao evento os jornalistas Valmor Fritsche, Ricardo Medeiros, Carlota de Oliveira, Emanuelle Torres e Linete Martins. O Seminário encerrou com a atualização da tabela de serviços Freelance em Santa Catarina. Os valores não eram  alterados desde 2009. A nova tabela estará disponível no site do SJSC nos próximos dias, após a inclusão dos ajustes aprovados na assembleia.

ENJAI

Do dia 22 a 25 de agosto o Rio de Janeiro vai receber, no Rio’s Presidente Hotel, o XIX Encontro Nacional de Jornalistas em Assessoria de Imprensa (Enjai), com o tema “A Assessoria de Imprensa nos grandes eventos e interesse público do jornalismo”. As inscrições estão abertas, para observadores – jornalistas profissionais e estudantes –, até 16 de agosto.

Confira mais informações sobre o XIX Enjai aqui.

 

Kalyne Carvalho
Jornalista Profissional – 0004107SC
Assessora de Imprensa – Sindicato dos Jornalistas de Santa Catarina
(48) 3228-2500

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