Tudo indica que a região do Vale do Itajaí contará com um novo curso de Jornalismo. A Universidade Regional de Blumenau (FURB) pretende ofertar o curso no primeiro semestre de 2014 e para isso instalou uma comissão que conta com a participação do Sindicato dos Jornalistas de SC, que está representado pelos diretores Alexandre Gonçalves e Lourdes Sedlacek.
Instalada em 27 de fevereiro deste ano, a comissão está se reunindo semanalmente, e é coordenada pela professora do Centro de Ciências da Comunicação da FURB, Roseméri Laurindo, doutora em Ciências da Comunicação, jornalista egressa da UFSC. Além de outros representantes da universidade, também fazem parte do grupo jornalistas que atuam na cidade e representam alguns veículos de comunicação locais, e ainda Associação de Imprensa do Médio Vale do Itajaí (Assimvi).
A base para a estruturação do curso está alicerçada em quatro documentos. Um deles é um projeto que foi aprovado pelo Conselho de Ensino, Pesquisa e Extensão (Cepe) da Furb em 2002, mas que teve a implantação adiada pelo Conselho de Administração da universidade por razões financeiras. Os outros três são as Diretrizes Curriculares Nacionais (DCNs), conforme portaria 203/2009 do Ministério da Educação; o Modelo Curricular da Unesco para o Ensino do Jornalismo, e o Projeto Político Pedagógico da Furb para cursos de graduação.
Os representantes do SJSC também apresentaram como contribuições para os estudos visando a possível implantação do curso de Jornalismo da FURB o Programa Nacional de Estágio Acadêmico em Jornalismo e o Programa Nacional de Estímulo à Qualidade da Formação em Jornalismo da FENAJ, aprovados em congressos nacionais da categoria.
Rosiméri Laurindo destaca que as DCNs e o documento da Unesco foram produzidos em consonância. “Houve uma ampla consulta pública, com os principais especialistas sobre Jornalismo nos países considerados, sendo elaborados por experientes profissionais e docentes, inclusive no Brasil. Há um reconhecimento dos contextos social, econômico, político e cultural dos países, destacando a conexão entre democracia e jornalismo e defendendo uma abordagem mais interdisciplinar nos centros de formação em Jornalismo”.
A grade curricular está sendo montada e ainda não é possível uma definição sobre as disciplinas que serão ofertadas. “O que podemos afirmar é que as disciplinas devem seguir a lógica prevista nos documentos que estamos analisando, que passam por um equilíbrio entre os eixos de fundamentação humanística, fundamentação específica, fundamentação contextual, formação profissional, aplicação processual e prática laboratorial, em todos os semestres”, explica a coordenadora.
Segundo a professora o diferencial pode estar no fato de que será o primeiro curso de Jornalismo do Brasil a ser implantado com as novas DCNs e, portanto, com estágio obrigatório. “Considero isso um grande desafio para o qual conto com a colaboração dos profissionais, em especial do Sindicato”.
Para os representantes do SJSC é importantíssima a participação na comissão, pois o intuito é qualificar o debate e, consequentemente, contribuir para a qualificação do curso. “A principal preocupação do nosso Sindicato é com a formação de profissionais comprometidos com o Jornalismo ético e a serviço do direito da sociedade à informação”, registra a diretora do SJSC Lourdes Sedlacek.
