O treinador brasileiro, Dunga, envolveu-se em uma polêmica com a Rede Globo, ao ofender, com palavras de baixo calão, a um jornalista da emissora. Independentemente do que se pode pensar de todo o episódio, que envolve a decisão unilateral do presidente da CBF em beneficiar a Globo com entrevistas exclusivas, situação que, corretamente, não foi aceita por Dunga, o que tem de ser observado é a posição do treinador diante do repórter.
Quem trabalha com comunicação sabe que, muitas vezes, o trabalhador não está visceralmente ligado aos interesses da empresa. É certo que há muitos que “vestem a camisa” de forma acrítica, mas isso não está em questão. O que realmente deve chamar à atenção aos jornalistas é que uma autoridade – seja ela política ou futebolística – não pode ofender um profissional por conta do que a empresa onde ele trabalha anda fazendo.
A rede Globo é realmente um monopólio neste país e, com figuras como Ricardo Teixeira, busca impor uma dominação midiática. Mas, o profissional que a representa não pode ser agredido por isso. O jornalista, mal ou bem, está cumprindo sua função. Se o jornalista é um equivocado ou não, não importa. Precisa ser respeitados no exercício da sua profissão como qualquer outro trabalhador.
Por isso, repudiamos a atitude de Dunga. Se estava o treinador incomodado com as armações globais que se manifestasse publicamente sobre isso. Profissionais como o jornalista em questão, e até mesmo o todo poderoso William Bonner, que já chamou o brasileiro médio de Homer Simpson, nada mais são do que trabalhadores assalariados da Globo. Mais dia, menos dia, também eles sofrerão na pele o que isso significa. Mas, para nós, do Sindicato dos Jornalistas de Santa Catarina, o que deve ser preservado é o respeito ao trabalhador que foi ofendido. Todo o nosso repúdio à rede Globo e as suas maracutaias. E a nossa completa desaprovação à atitude do treinador. Bater no menor elo da corrente não é a melhor opção.