28 de abril (quarta), 19h, Plenarinho da Assembléia Legislativa
Este ano completam-se 40 anos da edição do livro Singradura, a primeira das tantas obras de Flávio José Cardozo, jornalista e escritor catarinense. São 20 contos que se unificam na temática homem-mar e no cotidiano da gente simples desta ilha de Santa Catarina. Figuras como o músico Mané Flor, Ti´Orquídea, uma negra lavadeira, Marinês, Marcelina e Marília, que protagoniza o conto que dá nome ao livro, passeiam pelas páginas e nos oferecem o drama e a alegria de viver aqui. Mas, ao mesmo tempo são histórias tão universais que poderiam acontecer em qualquer lugar do mundo.
A pena certeira de Flávio ao narrar estas vidas catarinas tem simplicidade e profundidade em equilíbrio. E nesse olhar sobre o dia-a-dia das gentes, concretizado em contos e crônicas, se revela o olho do jornalista. Aquele que vê a vida em movimento e que percebe a história humana em cada fato aparentemente comum da vida que escorre pelos dias.
O Sindicato dos Jornalistas, no projeto Círculo da Palavra, presta uma homenagem a este importante cronista catarinense e ao mesmo tempo busca um diálogo com estudantes e jornalistas, na discussão da crônica, gênero literário, mas também jornalístico, que tão bem Flávio usa para narrar a vida.
Para isso, realiza no próximo dia 28 de abril uma conversa com Flávio José Cardozo, às 19h, no Plenarinho da Assembléia Legislativa. A intenção é celebrar estes 40 anos da sua primeira obra e debater sobre a importância da palavra e da literatura no processo do fazer jornalístico.
O autor – Flávio Cardozo nasceu dentro do círculo do carvão, na pequena Lauro Müller, em 1938. Cursou Jornalismo na PUC/RS. Durante vários anos ocupou o espaço da crônica no jornal Diário Catarinense. Em 1965 venceu o Concurso Universitário de Contos em Porto Alegre; em 1967 o Concurso Nacional de Contos em Florianópolis; em 1968 o I Concurso Nacional de Contos em Curitiba; e em 1977 o Concurso Remington de Literatura no Rio. Seu primeiro livro de contos publicado foi “Singradura” (1970). Em 1978 lançou “Zélica e Outros”. Ambos são ambientados na ilha de Santa Catarina, num tempo “mais ingênuo”, em que a ilha ainda não era um pólo turístico agitado. O autor retrato com profundidade a condição humana e suas paixões mais elementares. Seus outros livros publicados são “Água do pote” (1982 – crônicas), “Sobre sete viventes” (1985 – crônicas), “Longínquas baleias” (1986 – contos), “Beco da lamparina” (1985 – crônicas), “Sofá na rua” (1988 – crônicas), “Tiroteio depois do filme” (1989 – crônicas) e “Senhora do meu desterro” (1991 – crônicas). Publicou também um romance, “Guatá”, que abre-se para o mundo mineiro, de onde saiu.
Flávio José Cardozo é membro da Academia Catarinense de Letras.