Em ato realizado nesta sexta-feira (23/11), em Recife, jornalistas cobraram das empresas de comunicação a evolução nas negociações da Campanha Salarial 2012 e a instituição de um Piso Salarial de R$ 1.650. Em passeata, jornalistas e gráficos protestaram em frente à Folha de Pernambuco, Diários Associados e Sistema Jornal do Commercio. Também no Ceará e Rio Grande do Norte a intransigência patronal em assegurar melhores condições de trabalho marcam as campanhas salariais da categoria.
Convocado pela Intersindical da Comunicação, que envolve jornalistas, gráficos, publicitários e jornalistas, o ato de protesto contou com grande adesão e denunciou à população a difícil realidade dos jornalistas e a superexploração a que são submetidos pelas empresas de comunicação, que negam-se a instituir um piso salarial unificado. Faixas e panfletos expunham os salários pagos os jornalistas por alguns dos veículos: sistema Folha de Pernambuco – R$ 930; Rádio Jornal, do Grupo JCPM – R$ 1.200; TV Jornal/SBT – R$ 1.300. No Interior do Estado a situação é ainda mais drástica. Em Petrolina, na TV Grande Rio/Rede Globo um repórter em início de carreira recebe 835 reais mensais.
Em material divulgado pela internet, o Sindicato dos Jornalistas de Pernambuco denunciou, também, que os baixos salários colocam em risco a qualidade da informação prestada pelas empresas, “que cobram caro pelo anúncio mas não querem pagar o preço da qualidade de profissionais com formação superior”.
A situação da campanha salarial dos jornalistas pernambucanos foi exposta no 35º Congresso Nacional dos Jornalistas, realizado de 7 a 10 de novembro, em Rio Branco, quando foi aprovada moção de apoio ao movimento.
Em Fortaleza redação de O Estado pára por aumento salarial digno
A redação do jornal O Estado parou no fim da tarde de terça-feira (20) durante manifestação realizada pelo Sindicato dos Jornalistas do Ceará na porta da empresa para exigir reajuste decente aos jornalistas empregados em veículos impressos do Ceará. Portanto faixas e bandeiras, os jornalistas promoveram um apitaço para que os jornais “enrolem menos e negociem mais”. A categoria reivindica um reajuste de 11%, mas os jornais só oferecem 6% para salários acima do piso e 6,39% para pisos salariais. Nesta sexta-feira (23/11), completaram-se quatro meses que a categoria entregou a pauta de reivindicações ao Sindicato das Empresas Proprietárias de Jornais e Revistas do Estado (Sindjornais). O Sindicato dos Jornalistas promete prosseguir com as manifestações nas empresas até os patrões voltarem às negociações.
Para jornalistas do RN proposta patronal de reajuste de 5% é esmola
O Sindicato dos Jornalistas do Rio Grande do Norte voltou a se reunir com os patrões na tarde desta sexta-feira (23/11) para discutir o reajuste da categoria. Até esta terceira rodada de negociações os donos dos veículos de comunicação ofereceram apenas 5%, índice que sequer cobre a inflação do período (5,40%). Na próxima segunda-feira (26/11) haverá audiência pública na Assembleia Legislativa, a partir das 19h30, para debater o piso dos jornalistas. A convocação foi feita pelo deputado estadual Fernando Mineiro (PT).