Jornadas de até nove horas de trabalho por dia e salários inferiores ao piso da categoria dos jornalistas. Essa era a realidade dos profissionais da revista Leia Mais, de Jaraguá do Sul, publicação mensal da Editora LM.
Após tomar conhecimento desta situação, o Sindicato dos Jornalistas formalizou denúncia contra a empresa no Ministério Público do Trabalho. No dia nove de julho, o representante da Leia Mais, Genilso Aparecido Canovas Barbosa, e os representantes do SJSC compareceram a uma audiência de mediação, promovida pelo promotor Guilherme Kirtschig.
Na reunião, Canovas comprometeu-se a adequar a empresa às leis trabalhistas e à Convenção Coletiva dos jornalistas catarinenses. Porém, informações levantadas pelo SJSC mostram que o empresário continua tentando driblar à lei.
Na audiência com o MPT, Genilso Canovas afirmou ter apenas três funcionários na revista: um fotógrafo, uma diagramadora e uma editora, que seriam reenquadrados conforme a legislação. Ocorre que no próprio expediente da revista, que tem tiragem de seis mil exemplares, constam o nome de uma editora, um fotógrafo e três diagramadoras, todas com direito garantido em lei de cumprir jornada diária de 5 horas e receber ao menos o piso da categoria, de R$ 2.090,00.
“Queremos uma solução amigável com a empresa e estamos em diálogo com o departamento financeiro da Leia Mais, para solucionar os problemas. Mas se não for possível, teremos que ir para a via judicial”, afirma o presidente do SJSC, Aderbal Filho.
Vigilância e assédio
Trabalhadores da Leia Mais também relataram ser vítimas de vigilância constante, a partir de câmeras instaladas na empresa que permitem a Canovas monitorar o trabalho de seus funcionários pelo celular. Ele desmentiu a informação ao MPT.
O Sindicato dos Jornalistas permanece atento a esta situação e está tomando todas as providências legais para resguardar o direito dos trabalhadores da revista