A necessidade de restabelecer a exigência do diploma de jornalismo como requisito para o exercício da profissão foi o centro do debate “Jornalismo e a qualificação do exercício da profissão”, promovido pelo SJSC nesta sexta-feira (10), na ALESC. A atividade reuniu jornalistas, professores, sindicalistas e estudantes.
Os debates foram direcionados para a sensibilização de lideranças na Câmara dos Deputados pela aprovação da PEC 206/2012 – já aprovada em segundo turno no Senado por 60 votos a 4.
A mesa de discussão foi composta pelo presidente da FENAJ, Celso Schröder, o presidente do SJSC, Valmor Fritsche, o chefe do Departamento de Jornalismo e o coordenador de Pós-Graduação em Jornalismo da UFSC, Carlos Locatelli e Rogério Christofoletti, respectivamente, e os diretores da FENAJ e do SJSC, Valci Zuculoto e Sérgio Murillo de Andrade.
O deputado Décio Lima (PT/SC), presidente da Comissão de Constituição e Justiça da Câmara, justificou sua ausência. Embora sua participação estivesse confirmada, foi convocado para compor a comitiva que acompanhou o ministro dos Transportes, Cesar Borges, em agenda oficial no estado de Santa Catarina. “O deputado lamentou não poder comparecer ao debate, porém se colocou à disposição dos jornalistas para um futuro encontro, salientando que está acompanhando a causa”.
Carlos Locatelli observou que a necessidade da regulamentação da profissão de Jornalista é ainda de difícil compreensão da sociedade. “O papel das Universidades é encontrar meios para revitalizar a discussão, buscando retomar o vigor que tínhamos no passado”.
Já Rogério Christofoletti destacou o papel do Jornalismo para a democracia do país. “A imprensa tem a tarefa de reforçar o processo democrático. O nosso debate atual é muito rico, pois jornalistas formados exercem melhor a função de transmitir informações, acontecimentos, geradores de cidadania para a sociedade”, disse.
“Não estamos tratando somente da profissão, mas também defendendo o direito da sociedade de receber informação de qualidade para viabilizar a democracia”, observou Valci Zuculoto.
Sérgio Murillo de Andrade criticou o silêncio da imprensa quanto a esta atividade: “Este evento de hoje traz um debate sobre um direito elementar para a sociedade e foi simplesmente ignorado pela mídia, que decidiu não pautar o tema. Os cidadãos nos apoiam e a maioria se surpreende exclamando que não há o que se dizer contra a defesa da regulamentação”.
“Os jornalistas brasileiros são obrigados, perante a sociedade, a cumprir o seu papel e exercer pressão sobre os nossos deputados para a aprovação, ainda este ano, da matéria na Câmara dos Deputados. Temos que contar com a opinião pública”, disse Celso Schröder, convocando os jornalistas do país a participarem do movimento para pressionar as lideranças da Câmara dos Deputados a encaminharem a votação da PEC do Diploma.
Finalizando o debate, Valmor Fritsche afirmou que a discussão e a pressão continuarão até a aprovação da matéria. “Não é concebível um jornalista sem diploma. O mediador da sociedade precisa ser um profissional preparado para lidar com a informação e a verdade. Esperamos que a PEC do diploma seja aprovada ainda este ano”, concluiu.
Um dos presentes no debate, o jornalista Fellipe Rocha Sampaio, manifestou a sua defesa pela regulamentação da profissão. “O diploma, para qualquer formação, é fundamental. É o mesmo que uma empreiteira contratar um engenheiro sem diploma para construir um prédio. Todas as profissões precisam de embasamento técnico e teórico para atuar. Essa questão não cabe discussão. É um direito dos profissionais e da sociedade. Ficamos na expectativa dessa aprovação”, disse.
Kalyne Carvalho
Jornalista Profissional – 0004107SC
Assessora de Imprensa – Sindicato dos Jornalistas de Santa Catarina
(48) 3228-2500