Depois de dois séculos de lutas emblemáticas que marcaram o movimento das mulheres por igualdade social, econômica e política no ocidente, as mulheres do Brasil e da maioria dos países continuam em situação de desigualdade. Neste 8 de março, quando trabalhadoras unem-se em mais um dia de luta, a Federação Nacional dos Jornalistas (FENAJ) denuncia as graves ameaças que pesam sobre as mulheres brasileiras, entre elas as jornalistas. O ataque aos direitos das trabalhadoras e trabalhadores, patrocinado pelo governo ilegítimo de Michel Temer, precisa ser enfrentado, sob pena de vivermos um retrocesso histórico sem precedentes.
A reforma da previdência que querem impor aos trabalhadores brasileiros joga por terra direitos e conquistas consolidados desde a metade do século 20. As mulheres, indiscutivelmente, serão as mais prejudicadas, pois terão de contribuir por mais tempo e trabalhar mais para conseguir a aposentadoria. Entre outras perdas de conquistas históricas, o tempo de contribuição das mulheres passará dos atuais 30 anos para 35 anos. E também das mulheres, será exigida a idade mínima de 65 anos para a aposentadoria. A proposta do governo ainda extingue a aposentadoria especial para professores e professoras e muda o cálculo do valor das aposentadorias. Para receber o salário integral, mulheres e homens terão de contribuir durante 49 anos. Portanto, não é exagero afirmar que a reforma obriga a trabalhadora e o trabalhador a morrer de trabalhar ou a trabalhar até morrer.
Mas, infelizmente, a mulher brasileira ainda enfrenta outras batalhas: luta por respeito, por espaços iguais em seus locais de trabalho e pelo fim da violência de gênero. Mulheres ainda ganham salários menores e têm mais dificuldades para ascender na carreira; mulheres são alvo preferencial do assédio moral e sexual no trabalho e na vida social; mulheres têm sobrejornada de trabalho em razão das tarefas domésticas; mulheres são vítimas da violência de gênero, do estupro ao feminicídio.
Os graves problemas que atingem as mulheres na vida pública e privada atingem igualmente a mulher jornalista. Por isso, as jornalistas – que são maioria na categoria – pediram e conquistaram a Comissão Nacional de Mulheres, instalada hoje pela FENAJ. Por isso, as mulheres jornalistas estão na luta, onde quer que ela aconteça.
Contra o desmonte da Previdência!
Pelo fim da violência de gênero!
Pelo fim do racismo!
Por um jornalismo sem machismo!
Brasília, 8 de março de 2017.
Diretoria da FENAJ.