No dia 8 de março o mundo comemora o Dia Internacional da Mulher, numa justa homenagem à luta histórica das mulheres pelo fim da opressão e da discriminação. No jornalismo, as mulheres tiveram, ao longo da história, importante atuação, participando de coberturas, denúncias e divulgação da exploração, violência e injustiças. Muitas jornalistas também foram ativistas dos direitos das mulheres e dos direitos humanos.
No século 21, a presença das jornalistas é cada vez mais expressiva e até mesmo majoritária nas redações e assessorias. Infelizmente, no entanto, está presença não é acompanhada da merecida valorização profissional. Queremos aproveitar o momento da campanha salarial para pautar a importância de salários iguais para trabalho de igual valor, a reafirmação da luta por creches públicas (ou, na falta, auxílio-creche), a necessidade de combater o assédio moral e todo tipo de violência contra a mulher na vida privada e pública.
Mulheres e mercado de trabalho
As Convenções 100 e 111 da Organização Internacional do Trabalho (OIT), recomendam que seus países-membros ratifiquem e apliquem mecanismos para:
1) garantir a igualdade de remuneração de homens e mulheres por trabalho de igual valor;
2) eliminar a discriminação em matéria de emprego e ocupação.
No Brasil, essa meta permanece um desafio, pois prevalece a divisão sexual do trabalho. A igualdade de tratamento e de oportunidades entre homens e mulheres ainda está longe de ser uma realidade. Um contingente muito grande de mulheres é discriminado. Ganham menos nas mesmas funções, sofrem com a dupla jornada e enfrentam assédio moral e sexual no ambiente de trabalho.
No caso específico do mercado de trabalho da mídia, existem distorções no tratamento de gênero para as mulheres, expostas cotidianamente à discriminações. Mesmo em maioria nas redações e desempenhando as mesmas funções que os colegas do sexo masculino, as mulheres não ocupam proporcionalmente as chefias, ganham menos e são desconsideradas na seleção das vagas porque engravidam ou porque têm filhos ou filhas.
A luta do Sindicato dos Jornalistas de Santa Catarina é pela paridade, ou seja, a construção de direitos iguais na profissão e na vida, com a equiparação salarial para as mesmas funções, o direito a acessar cargo de chefia e o respeito profissional independente de sexo. Também na campanha de negociação coletiva, queremos ampliar os direitos, com o aumento da licença- maternidade para 180 dias, a garantia da estabilidade da gestante, a garantia de um auxílio-creche (para homens e mulheres), além de ampliar a campanha pelo fim da violência no trabalho (que inclui aspectos da saúde, assédio moral, etc.).
Homens e mulheres jornalistas são chamados a somar na luta pela igualdade de oportunidades na vida e no trabalho, levando o debate para a campanha de negociação coletiva, na permanente valorização da profissão, que tem como pauta prioritária nesse momento a luta nacional em defesa do diploma.
Na foto, diretoras do Sindicato dos Jornalistas de Santa Catarina