Um levantamento realizado pelo Volt Data Lab afirma que as demissões de jornalistas que trabalham em redações cresceu 180% em 2015, saltando de 244 em 2014 para 684 no ano passado. O número faz parte de um amplo – porém incompleto – estudo sobre as demissões de jornalistas desde o ano de 2012. Nos últimos quatro anos, 1.433 demissões ocorreram nas empresas pesquisadas.
Quase metade desse processo de demissão em massa ocorreu nos jornais impressos (46,06%), seguido das emissoras de rádio e TV (24,77%), Revistas (17,44%) e Online (10,6%). Na cabeça da lista, está a editora Abril, com 175 vagas cortadas, seguida de longe pelo portal Terra (110 demissões), Infoglobo (98), Estado de São Paulo (96) e Folha de São Paulo (95). O Grupo RBS, maior empregador de jornalistas em Santa Catarina, aparece em oitavo lugar, com 54 desligamentos.
Veja os gráficos das demissões
Em sua página do Medium, o coordenador do projeto, Sérgio Spagnuolo, afirma que a base de dados utilizada são notícias publicadas em sites especializados, entre o ano de 2012 e 2015. As principais fontes foram o Portal Imprensa, o Comunique-se e o Portal dos Jornalistas.
“O lado positivo da pesquisa por fontes noticiosas é que ela é baseada muitas vezes em fontes não-oficiais – especialmente apuração de repórteres cobrindo o caso. Isso traz uma vantagem: jornalistas informais podem ser contabilizados. Por exemplo, um “PJ” demitido pode não contar oficialmente como “demissão”, já que ele é formalmente uma empresa fornecedora, e não um funcionário”, afirmou.
O Volt Data Lab é uma agência independente que produz reportagens baseadas em dados sobre assuntos de interesse coletivo, desde temas sociais e econômicos até direitos humanos, mídia e tecnologia