O presidente da FENAJ, Celso Schröder, e dirigentes do Sindicato dos Jornalistas de Santa Catarina foram impedidos de entrar na redação do Diário Catarinense, em Florianópolis, nesta quinta-feira (7/08). Os sindicalistas foram se solidarizar com os jornalistas devido ao processo de demissões em massa promovido pelo Grupo RBS – que atingiu profissionais também no Rio Grande do Sul -, mas foram barrados por determinação vinda da sede da RBS em Porto Alegre
Por volta das 17h30 desta quinta-feira, Celso Schröder, o presidente do Sindicato dos Jornalistas de SC, Valmor Fritsche, e os diretores do SJSC Valci Zuculoto e Aderbal Filho se identificaram na recepção do prédio do Diário Catarinense, às margens da rodovia SC 401, e solicitaram contato com o editor-chefe.
Após alguns minutos aguardando, Fritsche recebeu uma ligação telefônica de Porto Alegre. O assessor jurídico da RBS, Ary dos Santos, argumentou que quem estava autorizado a admitir a entrada na redação não se encontrava no prédio e por isso os representantes da categoria não poderiam entrar.
Fritsche contra-argumentou que o livre acesso dos dirigentes sindicais aos locais de trabalho dos jornalistas estava previsto em Convenção Coletiva da categoria e que qualquer outra chefia poderia autorizar. “Esta convenção não vale nada”, reagiu o advogado. Questionado sobre estar ciente de que a empresa estaria “comprando uma briga” desnecessária com o Sindicato da categoria e rasgando a Convenção, o preposto da RBS finalizou a conversa: “É posição da empresa, vocês não entram, e ponto”.
Revoltado, o presidente da FENAJ ainda tentou dissuadir o supervisor de serviços do Diário Catarinense, Bruno Ribas, que foi encarregado de barrar os dirigentes. Este, no entanto, disse que era ordem da empresa e que nada poderia fazer.
“Esta postura da RBS configura uma prática antissindical que vai ser denunciada internacionalmente”, reagiu Schröder, informando que a FENAJ apoiará as medidas que o Sindicato dos Jornalistas de Santa Catarina tomará contra esta agressão aos jornalistas e ao movimento sindical da categoria. “Este é um exemplo claro da responsabilidade social que a RBS apregoa”, finalizou o presidente da FENAJ.
Medidas judiciais
Na tarde desta quinta-feira, a FENAJ e o Sindicato dos Jornalistas de Santa Catarina encaminharam denúncias contra o processo de demissões em massa na RBS à representação da Organização Internacional do Trabalho (OIT) em Brasília, ao Ministério do Trabalho e Emprego e à Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República. Os Sindicatos de SC e do RS preparam ações a serem encaminhadas à Justiça do Trabalho para assegurar os direitos dos jornalistas demitidos pelo Grupo RBS nos dois estados.
Além disso, o Sindicato dos Jornalistas do Rio Grande do Sul prepara uma manifestação nesta sexta-feira em frente ao jornal Zero Hora, em Porto Alegre, em protesto contra as demissões e a postura da empresa de não dialogar com as entidades representativas dos jornalistas.