A World Association Of Newspapers (Wan-Ifra) divulgou um relatório no dia primeiro de junho, onde demonstra que a maioria da receita obtida pelos jornais do planeta veio de sua circulação paga, e não da publicidade. É a primeira vez que isso ocorre na história.
“O pressuposto básico do modelo de negócio dos jornais – as verbas publicitárias fornecidas pelos anunciantes para a produção de conteúdo – se foi. Podemos dizer livremente que o público se tornou a maior fonte de receita dos editores”, afirmou Larry Kilman, secretário-geral da organização, durante o 67º congresso da entidade.
Segundo o relatório, 51% da receita nos jornais do mundo veio da circulação paga, somando U$ 92 bilhões de dólares. Já as verbas publicitárias chegaram a U$ 87 bilhões. O estudo abrange 70 países de todos os continentes, responsáveis por 90% do mercado de jornais no mundo, incluindo o Brasil.
Disparidades regionais
O documento ainda demonstra como o mercado de notícias tem se comportado de maneiras distintas, conforme o continente. Enquanto na América do Norte, Europa e Oceania, a queda média de circulação foi de 17% nos últimos quatro anos, na Ásia, Oriente Médio e América Latina, a média foi positiva em 13%, puxados especialmente pelo mercado indiano.
Por outro lado, o único lugar o mundo onde houve crescimento das verbas publicitárias para o setor de impressos foi na América Latina. No continente, houve crescimento mais de 27% entre 2010 e 2014, reforçando o modelo de negócios atual.
Porém, a tendência mundial é a migração para a venda de assinaturas digitais – àquelas onde o leitor tem acesso a uma versão digitalizada do jornal impresso por preços acessíveis. Na Folha de São Paulo, maior jornal em circulação no Brasil, as assinaturas digitais já representam 47% da circulação paga da empresa, com média diária de 157.091 edições.
Da Redação do Sindicato dos Jornalistas, com informações da Folha de São Paulo