São Paulo – A campanha Da Proibição Nasce o Tráfico, com críticas à “guerra às drogas” e criada pelos cartunistas Angeli, Laerte, André Dahmer, Arnaldo Branco e Leonardo foi censurada a semana passada em São Paulo. Os cartuns já circulavam nas traseiras de ônibus no Rio de Janeiro e não ficaram nem 48 horas nos ônibus de da capital paulista.
Da Proibição Nasce o Tráfico é uma campanha criada para estimular o debate público sobre os danos que a criminalização de determinadas drogas causa à sociedade. A campanha utiliza estratégias criativas de comunicação e conta com parceiros engajados no tema para demonstrar como o modelo policial de tratar do tema falha em seu principal objetivo: diminuir o consumo de psicotrópicos e garantir segurança e bem-estar.
Logo após os adesivos serem distribuídos e afixados nos ônibus, todos foram retirados. A Panorama, empresa responsável pelos anúncios veiculados nos ônibus, diz ter recebido a ordem da Empresa Metropolitana de Transportes Urbanos de São Paulo (EMTU). O argumento do governo era que a campanha “faz apologia às drogas e era um desrespeito aos policiais”.
A censura por parte do governo do Estado aconteceu justamente durante o lançamento da Plataforma Brasileira de Política de Drogas, também na capital paulista. Enquanto juristas, médicos, ativistas, pacientes, jornalistas, alunos, políticos, professores e usuários defendiam juntos a ampliação do debate e o fim da política de repressão aos psicoativos, a empresa responsável por uma parte do transporte de São Paulo, proibiu a veiculação da campanha.
O jornalista Bruno Torturra, que fez parte da criação da campanha junto com os idealizadores – o cartunista Laerte e Julita Lemgruber, coordenadora do Centro de Estudos de Segurança e Cidadania (CESeC) da Universidade Candido Mendes –, cobrou esclarecimentos do governo em sua página pessoal no Facebook. “Peço ajuda para que divulguem esse absurdo. E que cobrem o governo, a EMTU e a imprensa por mais explicações. E que, voltando ou não às ruas de SP, a censura sirva para que os cartuns e suas mensagens cheguem a mais pessoas.”
Fonte: Rede Brasil Atual