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Que profissão é esta, chamada de jornalismo?

Que profissão é esta chamada de jornalismo que atrai a atenção e fascínio de todo tipo de pessoas que julgam encontrar nela poder e autoridade. O jornalista nada mais é do que um observador com habilidade para transmitir acontecimentos às demais pessoas de forma simples, coesa e enxuta.

Sabemos que esta profissão, como advogados, radialistas, comunicadores e economistas, além de outras, exercem influência no meio em que atuam, são imprescindíveis para o desenvolvimento da nação e fiscalizam os poderes públicos. Ou seja, de uma forma geral são necessárias à manutenção da democracia.

Mas por que tantas pessoas mesmo com padrões de vida acima da média e até detentoras de grandes empresas e veículos de comunicação buscam o reconhecimento como jornalistas, ainda mais após a banalização da profissão com a derrubada da exigência do diploma para exercício da função.

É o caso, por exemplo, de Edir Macedo que desde 2001 vem pleiteando o registro profissional de jornalista junto ao Sindicato da categoria no Estado do Rio de Janeiro. E agora, nove anos depois, a justiça daquele Estado determinou que o órgão emita o documento, mas eu me pergunto em quê o registro beneficiará a vida daquele episcopal?

Macedo, por meio da Igreja que administra, já é proprietário de uma das principais emissoras de TV do país, com sucursais espalhadas pelo Brasil e pelo mundo. Diga-se de passagem, que em Santa Catarina são três emissoras próprias localizadas no litoral norte, capital e oeste do Estado.

Mas a questão não é Macedo, e sim o fascínio que a profissão supostamente exerce na vida de muitas pessoas, sejam ricas ou pobres. Sabemos que este interesse exacerbado pelo jornalismo tenderia a ser bom se tais pessoas usassem a profissão para benefício comum como falar das mazelas do Brasil, mostrar o que tem de bom ou de ruim, mas infelizmente o interesse está na promoção pessoal, na autodefesa e na detenção da credibilidade que a função tem perante a sociedade.

Segundo dados da organização Repórteres sem Fronteiras, o ano de 2009 foi truculento para profissionais de comunicação em redor do mundo. Foram mais de cem mortes de repórteres que cobriam zonas de conflito ou simplesmente estavam no lugar errado, na hora errada!

Mesmo assim, em julho de 2009 publiquei em meu blog uma pesquisa interessantíssima do Ibope Inteligência que trazia as seguintes informações: A pesquisa divulgada pelo jornal “Valor” revela com clareza o grau de confiança que o brasileiro deposita em instituições. Mais uma vez os jornais despontaram na frente (60%) de outras instituições como igrejas (57%), multinacionais (53%) e governo (22%). Ou seja, os jornais têm três vezes mais credibilidade do que o governo, segundo o Ibope.

Talvez esteja aí a explicação para o fascínio que a profissão de jornalista exerce perante a sociedade. Imagino que falte credibilidade em alguns setores e que os que atuam nestes meios vêem o jornalismo como opção para agregar valor às suas atividades, o que na prática não creio que deva funcionar.

O jornalismo sobrevive pelo amor que a maioria dos profissionais espalhados pelo Brasil e mundo tem para com a profissão e carreira. Para ser mais claro quanto ao que quero dizer, encerro com uma frase do jornalista colombiano e Prêmio Nobel de Literatura Gabriel Garcia Márquez: “porque o jornalismo é uma paixão insaciável que só se pode digerir e humanizar mediante a confrontação descarnada com a realidade. Quem não sofreu essa servidão que se alimenta dos imprevistos da vida, não pode imaginá-la. Quem não viveu a palpitação sobrenatural da notícia, o orgasmo do furo, a demolição moral do fracasso, não pode sequer conceber o que são. Ninguém que não tenha nascido para isso e esteja disposto a viver só para isso poderia persistir numa profissão tão incompreensível e voraz, cuja obra termina depois de cada notícia, como se fora para sempre, mas que não concede um instante de paz enquanto não torna a começar com mais ardor do que nunca no minuto seguinte”.

* Osni Alves Júnior tem 28 anos, é jornalista profissional formado e atua como assessor de imprensa em entidades de classe e repórter freelancer para jornais e revistas.

O artigo em questão também está postado no blog do autor, que é www.osnialvesj.blogspot.com

Osni Alves Jr. – Jornalista SC3416JP – msn: osni.reporter@hotmail.com
blog: www.osnialvesj.blogspot.com; twitter: osnialvesj

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