Do dia 7 a 10 de novembro, cerca de 180 pessoas participaram do 35º Congresso Nacional dos Jornalistas, que ocorreu em Rio Branco, capital do Acre. No evento foram aprovadas as prioridades da luta dos jornalistas para o próximo período, como a defesa do desenvolvimento com sustentabilidade, a aprovação de um novo marco regulatório das comunicações no Brasil, a aprovação da PEC dos Jornalistas, a celebração de um protocolo nacional contemplando o Piso Nacional, o respeito aos direitos autorais dos jornalistas, medidas para garantir a segurança dos trabalhadores no exercício da profissão e a criação da Comissão Memória, Verdade e Justiça da FENAJ.
No último dia de evento os participantes puderam optar duas oficinas que abordaram discussões mais voltadas para o interesse da categoria: “Rádio pública e a democratização dos meios de comunicação”, explanada pela diretora da FENAJ e vice presidente do Sindicato dos Jornalistas de Santa Catarina, Valci Zuculoto, e “Jornalismo investigativo e segurança no trabalho”, ministrado pela diretora da FENAJ e presidente do Sindicato dos Jornalistas do Município do Rio de Janeiro, Suzana Blass.
Também no sábado houve o lançamento do Relatório “Violência e Liberdade de Imprensa no Brasil 2011”, elaborado pela Comissão de Direitos Humanos da Federação, e da Comissão Nacional “Memória, Verdade e Justiça” da FENAJ, que visa colher informações e depoimentos sobre jornalistas agredidos na ditadura militar a serem, posteriormente, encaminhados à Comissão Nacional da Verdade, do Governo Federal. Os trabalhos da Comissão serão coordenados pelo diretor do SJSC e da FENAJ, Sérgio Murillo de Andrade.
O presidente da FENAJ, Celso Schroder, explica que haverá apoio técnico de sistematização para coleta dos dados em cada Estado. “A ideia é que a Comissão Nacional da FENAJ articule com as comissões estaduais para recebimento do material”, informa.
No evento, Gilney Viana, assessor especial da Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República e coordenador do Projeto Direito à Memória e à Verdade da SDH, exibiu um documentário produzido em 2009, alusivo aos 30 anos da anistia, com imagens inéditas do período da ditadura. Nos debates, destacou-se que, apesar da ampla campanha Nacional pela Anistia Geral e Irrestrita, a Lei da Anistia aprovada foi um acordo das elites que não reparou os crimes cometidos contra os ativistas políticos e seus familiares que foram vitimas da repressão e isentou os autores e mandantes da violência de Estado.
O presidente da FENAJ, Celso Schröder, acredita que o tema ambiental foi inovador. “Pela primeira vez abordamos o tema meio ambiente, resultando em inúmeros debates interessantes que ressaltaram a prática do Jornalismo como mecanismo de incitar a participação popular nas decisões sustentáveis”, diz.
A diretora do Sindicato dos Jornalistas do Acre, Jane Vasconcelos, fez avaliação positiva do 35º CNJ e V ENJI. Ela relata que, apesar dos desafios para a organização do evento, as expectativas foram supridas. “Foi o nosso primeiro Congresso aqui no Acre. Os jornalistas discutiram um tema imprescindível para o planeta. Foi uma semente plantada para a mudança de vida das pessoas. Conseguimos passar a mensagem aos profissionais”, comemora.
Na plenária final, além da aprovação de diversas teses e da cidade de Maceió para sediar o 36º Congresso Nacional dos Jornalistas, a realizar-se em 2014, foi aprovada a Carta de Rio Branco, que sintetiza as principais deliberações do evento. Leia aqui a Carta de Rio Branco
Kalyne Carvalho
Assessora de Imprensa – Sindicato dos Jornalistas de Santa Catarina
Foto: Hermínio Nunes