Pelo segundo ano consecutivo, Florianópolis recebe a Mostra Cinema e Direitos Humanos na América do Sul, que este ano está em sua sétima edição. Com produções inéditas, recentes e filmes consagrados, a mostra exibirá até sábado (8), gratuitamente, 37 documentários e ficções de curta, média e longa-metragem.
Os destaques são as temáticas sobre o direito à memória e à verdade, combate à tortura e ao trabalho escravo, e os direitos da população em situação de rua. Pelo menos quatro filmes abordam também assuntos relacionados às populações indígenas.
De acordo com Marco Antônio Juliatto, assessor da Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República, o objetivo é estabelecer um diálogo franco e direto com o povo brasileiro sobre seus direitos fundamentais. “A sociedade precisa ter a clareza de que os Direitos Humanos –que conquistam cada vez mais espaço na mídia – precisam ter espaço também na cultura, na escola, na educação. Todos debatem esta temática, mas muitos não têm a clareza de que ela é muito sensível a qualquer população”.
Luiza Lins, coordenadora de produção da mostra em Florianópolis, avalia esta como uma das melhores safras de cinema brasileiro e Sul-Americano. “É muito importante conhecermos a nossa realidade. As pessoas têm o hábito de assistirem a filmes comerciais que, em sua maioria, raramente tratam da realidade mais próxima a nós. Tendo acesso a essas produções, as pessoas podem agir de forma mais ativa para intervir em algumas questões e ajudar a tornar a sociedade mais justa”.
Este ano, 255 filmes foram inscritos para a mostra e 37 selecionados. A maior parte das produções é brasileira: 28 filmes ao todo, dos quais três têm direção do documentarista Eduardo Coutinho, cineasta homenageado nesta edição. Os demais filmes vêm da Argentina, Chile, Colômbia, Equador e Venezuela, além de duas co-produções latino-americanas. As produções têm data de lançamento entre 1984 e 2012.
Mostra inclusiva – Na abertura da mostra, na noite de segunda-feira (3), estiveram presentes alunos da Oficina de Cinema do Hospital Psiquiátrico Colônia Santana e integrantes da Associação Catarinense para Integração do Cego (ACIC). Todos os filmes foram produzidos em closed caption, um sistema de transmissão que tem como objetivo permitir aos deficientes auditivos acompanhar os filmes. A legenda descreve além das falas dos atores ou apresentadores, qualquer outro som presente na cena: palmas, passos, trovões, música, risos, etc.
Expansão da Mostra – Presente nas 26 capitais do País e no Distrito Federal, desde o ano passado, esta edição traz como novidades o Cine Direitos Humanos na Rua e o Cine Direitos Humanos Itinerante, campanhas que chegam com o intuito de popularizar e descentralizar as exibições dos filmes, alcançando uma parcela da população brasileira que historicamente não tem acesso às salas de cinema. “A partir deste ano começamos uma campanha de interiorização com o objetivo de levar a mostra para as escolas dos municípios menores que tenham capacidade de fazer apresentações cinematográficas. No ano que vem, também num processo de expansão, a mostra será apresentada em toda a América Latina”.
Datas e local – A 7ª Mostra Cinema e Direitos Humanos na América do Sul acontece até sábado (8), com sessões em horários variados, no Auditório Cesusc (Rodovia SC-401, Km 10, no trevo Santo. Antônio de Lisboa, Florianópolis). Todas as sessões são gratuitas com quatro horários por dia. Programação completa e mais informações em www.cinedireitoshumanos.org.br.
A Mostra Cinema e Direitos Humanos na América do Sul é fruto de uma parceria com o Ministério da Cultura, por meio da Cinemateca Brasileira, recebe o patrocínio da Petrobras e apoio da Empresa Brasil de Comunicação (EBC) e dos governos locais, além da importante mobilização dos movimentos e redes de Direitos Humanos em todo o Brasil.
Em Santa Catarina, o evento tem o apoio da Cinemateca Catarinense, Fundação Catarinense de Cultura e Cesusc. (Divisão de Imprensa da Alesc)