A luta dos movimentos sindicais africanos
As impressões que ficam em relação ao movimento sindical pelo mundo não divergem muito da realidade que se vivencia no Brasil. O Fórum Social Mundial em Dakar tem se mostrado um grande espaço de protestos com razões similares aos que tomam corpo no movimento sindical brasileiro.
Além dos tunisianos e egípicios, que devido à luta por libertação de regimes ditatoriais em seus países têm sido o foco das atenções, os motivos de luta e organização da grande maioria dos movimentos civis organizados são os mesmos. Questões como direitos trabalhistas, aumento de remuneração e saúde do trabalhador parecem ser uma pauta comum para sindicatos pelo mundo inteiro. Protestos contra a falta de atenção e liberdade acontecem todos os dias. Até mesmo estudantes da Universidade de Dakar fazem diariamente protestos contra as taxas cobradas pela universidade. Para quem mora em Florianópolis e estuda na UFSC, isso parece um plágio.
Kabbaj Mohamed Larbi é membro da principal Central Sindical do Marrocos, a UGTM. Para ele, os Marroquinos têm muito a aprender com os brasileiros. Assim como Kabbaj, sindicalistas da Guiné Bissau, do Senegal e da Tunísia afirmam o mesmo. Nos relatos aqui coletados pode-se sentir o respeito conquistado pela luta dos brasileiros. Kabbaj afirma que mesmo com uma melhora nas condições de trabalho e renda para os trabalhadores do país, a luta deve se intensificar.
O discurso se aplica à realidade catarinense e brasileira de forma adequada, já que mesmo com os atuais indicadores positivos da economia, muitos direitos trabalhistas têm sido desrespeitados pela classe patronal no Brasil. A importância da militância e da participação mais ativa dos trabalhadores para garantir que não haja retrocessos nas conquistas da classe trabalhadora brasileira é mais do que importante, é fundamental.