A Federação Nacional dos Jornalistas (FENAJ), entidade máxima de representação dos jornalistas brasileiros, vem a público denunciar e rechaçar o verdadeiro massacre de não combatentes, principalmente mulheres e crianças, que vem ocorrendo nos últimos dias na Faixa de Gaza.
A FENAJ reconhece a complexidade da situação e identifica as motivações históricas, mas também não ignora os interesses econômicos e geopolíticos presentes na região. A Federação brasileira de jornalistas, na sua histórica política internacional, defende a autonomia dos povos e a soberania das nações. Além disso, reafirma o princípio da defesa da vida, da liberdade e da paz.
Por isso, a FENAJ lamenta a perda de vidas e os inúmeros feridos por uma violência injustificável e desproporcional. Para a Federação, este ataque brutal nada mais é do que uma etapa de ocupação de território palestino, que começou em 1948, e a tentativa de desestruturação e, talvez, do aniquilamento de todo um povo.
A FENAJ também se solidariza com os companheiros jornalistas palestinos, organizados no Sindicato de Jornalistas Palestinos, que, além da violência indiscriminada dos bombardeios dos últimos dias, sofrem cotidianamente prisões sem justificativas ou julgamentos e outras restrições ao exercício da profissão.
A Federação dos Jornalistas denuncia o acomodamento de setores ditos progressistas em relação ao massacre em andamento e a cobertura parcial ou omissa de setores da mídia nacional e internacional.
Diante do exposto, a FENAJ convoca os setores comprometidos com a vida e a liberdade (partidos, sindicatos, centrais sindicais e movimentos sociais) a produzirem uma mobilização para além das redes sociais. Exorta os jornalistas a reproduzirem nas suas matérias e colunas a complexidade que o tema merece. Exige que o governo brasileiro intensifique as gestões junto à ONU e demais órgãos internacionais com vistas ao aprofundamento das investigações de indícios de crime de guerra.
E, finalmente, apela aos homens e mulheres de boa vontade da região, judeus, árabes e palestinos que se unam contra a guerra. Pede ao governo israelense, a parte forte no confronto, o imediato cessar-fogo e apela ao senso humanitário das autoridades para a restauração dos suprimentos de água, alimentos e medicamentos na Faixa de Gaza.
A Federação Nacional dos Jornalistas espera que o respeito à paz, à liberdade e à vida seja imediatamente restabelecido.
Brasília, 23 de julho de 2014.
Diretoria da FENAJ