A TV Câmara, de Florianópolis, está fora do ar. O contrato que já havia sido prorrogado várias vezes com a Prime, empresa prestadora de serviços, venceu e, sem acordo para renovação ou licitação, todos os 14 funcionários, entre eles 5 jornalistas, foram demitidos. O fato lamentável revela a desorganização da Câmara Municipal da capital catarinense e prejudica a sociedade num momento em que tramitam importantes projetos para o futuro da cidade.
Na segunda-feira, 18 de novembro, a redação da TV Câmara estava totalmente vazia, num quadro desolador e de abandono. “É óbvio que a mesa diretora da Câmara sabia com bastante antecedência do vencimento do contrato e é lamentável o grau de desorganização que faz com que a sociedade perca um importante canal de informação”, considera o presidente do SJSC, Valmor Fritsche.
Além do grande prejuízo social em um momento onde se discute na Casa projetos como o novo Plano Diretor, IPTU e o Orçamento Municipal, para o presidente do SJSC, a situação a que foram submetidos os funcionários, demitidos às vésperas do fim de ano, é inadmissível. “Tanto a Câmara quanto a empresa que detinha o contrato são responsáveis por este quadro. A demissão coletiva é demonstração de insensibilidade e desconsideração com os trabalhadores”, protesta Fritsche.
Por outro lado, a crise que ficou exposta com a TV Câmara fora do ar é sintomática de uma situação que vem crescendo no meio jornalístico. “O movimento sindical dos jornalistas vem denunciando nacionalmente o perigo que o processo de terceirização representa para a sociedade e para os trabalhadores, provocando insegurança e precarização das relações trabalhistas. Vamos acionar o Ministério Público do Trabalho e defender os direitos dos demitidos”, antecipa Fritsche. “Medidas paliativas só devem ser tomadas para a questão emergencial, não podem virar regra. É urgente a necessidade de concurso público para o provimento de vagas e para que a TV Câmara volte a funcionar”, defende.