Há mais de dois anos sem reajuste salarial, os jornalistas de Santa Catarina aguardam a notificação dos sindicatos das Empresas de Rádio e Televisão (SERT) e do Donos de Jornais e Revistas (SINDJOR) para que a Justiça do Trabalho decida sobre o dissídio da categoria. Após mais de oito rodadas de negociação sem acordo com os donos de jornais, a categoria ingressou com pedido de dissídio coletivo.
Os jornalistas pedem reposição das perdas inflacionárias do período sem acordo coletivo, nas data-base de 2020 e 2021, que foi de 10,24%, conforme o INPC. Já a proposta dos empresários era pagar apenas um terço da inflação desconsiderando a reposição retroativa ao ano de 2020, quando os dois sindicatos concordaram em não realizar negociação em decorrência da então nova pandemia.
Nos últimos dois anos, que coincide com o período da pandemia, os jornalistas em Santa Catarina sofreram redução de salários e jornadas de até 25%, autorizada pelo governo federal como forma de colaborar com a redução de custos dos empresários. Além disso, no estado, os meios de comunicação foram amplamente beneficiados com milhões em verbas públicas destinadas para as campanhas publicitárias do governo, da Assembleia Legislativa, entre outros órgãos públicos. Só do governo do estado foram mais de R$ 100 milhões.
O próprio Ministério Público do Trabalho, que mediou um dos encontros, reconheceu a legitimidade do pedido dos trabalhadores destacando especialmente o momento sensível da pandemia como inadequado para um acumulo tão grande de perda salarial.
Após a citação dos patrões, a Justiça do Trabalho deve convocar audiência de conciliação, que será realizada de forma virtual.