Representantes da FENAJ e dos Sindicatos dos Jornalistas do Rio Grande do Sul e de Santa Catarina relataram ao ministro do Trabalho, Manoel Dias, em audiência realizada em Brasília no dia 4 de novembro, o alarmante quadro de demissões de jornalistas patrocinado por empresas jornalísticas em todo o país. Os dirigentes sindicais dos jornalistas reivindicaram que o governo corte as isenções fiscais das empresas que estão promovendo demissões em massa.
Participaram da audiência com o ministro os diretores da FENAJ José Carlos Torves e Wanderley Possebon, o presidente do Sindicato dos Jornalistas do Rio Grande do Sul, Milton Simas, e o vice-presidente do Sindicato dos Jornalistas de Santa Catarina, Renan Antunes de Oliveira. A audiência foi motivada pela demissão em massa promovida pelo Grupo RBS no início do mês de agosto. Na ocasião, a RBS demitiu 136 empregados – 43 deles jornalistas – sem justa causa.
Os dirigentes sindicais da categoria relataram o quadro de demissões de jornalistas no país e apelaram ao Governo no sentido de que corte isenções fiscais das empresas que promovem demissões sem justa causa. “Afinal, a lei do incentivo fiscal com desoneração da folha de pagamento das empresas jornalísticas não veio para promover demissões, visa exatamente o contrário”, sustentou José Carlos Torves. Segundo estudos do Dieese, a lei de desoneração da folha de pagamento representou uma redução de custos média de 8,48% pelas empresas jornalísticas.
Também foi solicitado que o Ministério do Trabalho e Emprego convoque a direção do Grupo RBS para dar explicações, inclusive sobre a possibilidade de novas demissões, e amplie a fiscalização sobre as empresas. Segundo relato dos sindicalistas, o Ministério também recomendou que os sindicatos denunciem a precarização e a pejotização nas Superintendências Regionais do Trabalho.