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Sindicato cobra apuração dos fatos da prisão de jornalista

Foi realizada na tarde desta quinta-feira, dia 16, uma audiência no Ministério Público do Rio Grande do Sul com o Procurador-Geral de Justiça do Estado, Marcelo Dornelles, para questionar a ação da Brigada Militar e a arbitrariedade das prisões a adolescentes e jornalistas durante a desocupação do prédio da Secretaria Estadual da Fazenda na quarta-feira, dia 15.

Participaram da reunião o presidente do Sindicato dos Jornalistas Profissionais do Rio Grande do Sul (SINDJORS), Milton Simas, além de parlamentares do PT, PCdoB e do PSOL.  Também acompanharam o encontro estudantes que participaram da ocupação, pais e representantes de outros setores da sociedade.

Após ouvir o relato dos menores sobre como haviam ocorrido as abordagens policiais, Dornelles se comprometeu em apurar os excessos, embora declare que não considera correta a ação praticada pelos estudantes.

Em defesa do jornalista Matheus Chaparini, repórter do Jornal Já, que acompanhava o protesto e acabou sendo preso pelos mesmos crimes atribuídos aos demais jovens, Simas destacou que a atitude “fere a democracia, a liberdade de expressão e todos os direitos que nós defendemos”.

O presidente do SINDJORS entregou um ofício pedindo que sejam tomadas as providências na apuração do atentado ao exercício profissional sofrido por Chaparini. “Ele foi detido e acusado do crime de corrupção de menores mesmo depois de ter se identificado”, declarou Simas.

Categoria repudia arbitrariedade contra jornalista

Assim que divulgada a informação de que o repórter do Jornal Já Matheus Chaparini seria preso, colegas e conhecidos do profissional usaram as redes sociais para manifestar apoio e repudiar a condução do caso. A referência ao relato do jornalista, de que havia se identificado aos policiais, serviu como elo entre as mensagens.

“Fiquei incomunicável por 14 horas e quando acessei o facebook tinha pessoas até de outros estados me adicionando para dizer ‘estamos juntos’, ‘força aí’, e ‘qualquer coisa chama’”, conta Chaparini.

O jornalista relata que nunca foi preso nem passou por situação semelhante. “Só tinha entrado em cadeia para trabalhar, e não por trabalhar”, brinca. Ele conta que ficou positivamente surpreso com as manifestações de apoio dos colegas. “Somos uma categoria desunida e é difícil ter um motivo que nos uma. Dessa vez teve: a restrição ao direito de trabalhar”, avalia.

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