Os presidentes do Sindicato dos Jornalistas de Santa Catarina e da Federação Nacional dos Jornalistas (FENAJ) participaram, no último dia 11 de março, de uma audiência com o Ministro do Trabalho e Previdência Social, Miguel Rossetto, para manifestar sua preocupação quanto à venda das operações do Grupo RBS em Santa Catarina e quanto ao processo de demissões e precarização do trabalho dos jornalistas em nível nacional. Além de dispor-se a acompanhar o processo de transição do grupo em SC, o ministro manifestou interesse em constituir um diagnóstico nacional das relações trabalhistas dos jornalistas.
Na audiência, o presidente do SJSC, Aderbal Filho, expressou a preocupação com a venda dos jornais, rádios e TVs do Grupo RBS no estado para o Grupo NC – do empresário Carlos Sanchez, dono dos laboratórios EMS – em parceria com Lírio Parisotto, do grupo Videolar, e outros acionistas minoritários. “Esta operação envolve a transferência de concessões públicas de Rádio e TV e a RBS vinha se beneficiando de incentivos fiscais. Logo, é necessário o acompanhamento e autorização de organismos federais para que este negócio se efetive”, disse. “Não queremos que esta venda resulte em redução dos postos de trabalho, precarização das relações trabalhistas ou prejuízo ao direito da sociedade à informação de qualidade”, completou.
Já o presidente da FENAJ, Celso Schröder, e o diretor de relações institucionais da entidade, José Carlos Torves, denunciaram ao ministro uma série de irregularidades envolvendo empresas jornalísticas em todo o país. “Além de crescentes processos de demissões e precarização das relações trabalhistas, diversas empresas não vêm honrando os compromissos de pagamento de salários, 13º e férias em dia, deixando os profissionais em situação de desespero”, disse o presidente da FENAJ.“Não se trata apenas de um reflexo de crise econômica, mas de um descompromisso dos empresários da comunicação com o Jornalismo”, sentenciou Schröder, que propôs a mediação do ministério na construção de um diálogo nacional entre o movimento sindical dos jornalistas e os empresários do setor.
“São demandas importantes não só por se tratar de relações de trabalho, mas principalmente porque está em jogo o direito à informação”, sustentou o ministro. Rossetto solicitou que a FENAJ elabore um diagnóstico nacional das relações trabalhistas dos jornalistas para que, em um novo encontro, o Ministério possa definir quais medidas podem ser adotadas.