Em entrevista ao site do SJSC, presidente da Arfoc-SC avalia situação dos repórteres cinematográficos de Santa Catarina
Jeferson Luiz Acevedo pode conviver com Djalma Araújo Neto, falecido no acidente aéreo com o time da Chapecoense. Presidente da Associação dos Repórteres Fotográficos e Cinematográficos de Santa Catarina (Arfoc-SC), Acevedo tinha em Djalma seu vice. Juntos, buscavam mais reconhecimento para os profissionais de imagem de Santa Catarina.
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Em entrevista ao site do Sindicato dos Jornalistas, Acevedo – que passou pela mesma situação contratual de Djalma – avalia as irregularidades cometidas pelas emissoras de TV de Santa Catarina. Confira a entrevista.
Sindicato dos Jornalistas: Jeferson, assim como o Djalma, você também foi repórter cinematográfico na RBS TV, só que em Itajaí. Como era a tua situação? Você também tinha um contrato de radialista?
Jeferson Acevedo: A gente nunca conseguiu reconhecimento da nossa situação perante . Eu era contratado como operado de câmera, e tínhamos dois contratos, para que o salário ficasse mais equiparado. Mas ao invés de trabalhar cinco, trabalhávamos nove horas por dia. Quase todos os profissionais de imagem na RBS TV são contratados como operadores de câmera.
SJSC: Havia alguma diferença entre as funções que você exercia e as funções de um repórter cinematográfico? Você estava submetido a um diretor de imagem ou algo parecido?
Jeferson: Não havia nenhuma diferença. Nós produzíamos tudo praticamente sozinhos, desde a pauta até o final do processo. Fazíamos a produção da pauta, agendávamos as entrevistas. Até ronda policial a gente fazia, pois a equipe era extremamente reduzida. Eu tinha autonomia total para criar e para realizar a captação de imagens para os telejornais da emissora. A gente chegava na redação para passar imagens e inclusive auxiliava o editor de VT a estruturar a matéria. Tanto eu quanto a repórter que aparecia no vídeo trabalhávamos em equipe, e dávamos uma linha de como nós queríamos fazer a matéria ao editor de VT.
SJSC: Como você classifica o mercado catarinense em relação a estas irregularidades cometidas pelas emissoras de TV?
Jeferson: Na verdade, todo o sistema de Santa Catarina não reconhece seu profissional de imagem. Está bem atrasado. O processo aqui continua como 20 anos atrás, sem reconhecimento, com jornadas longas e salários baixos. Estamos buscando o reconhecimento destes profissionais, buscamos dialogar com o segmento patronal, mas não tem avançado. Está totalmente defasado. Por isso estamos buscando outros caminhos para que possamos reconhecer os profissionais de imagem, como já vem ocorrendo em outros estados.