Em carta aberta à população divulgada na segunda-feira (14), profissionais de comunicação que fazem a cobertura esportiva nos estádios de futebol pediram mais segurança e respeito e denunciaram a agressão covarde sofrida pelo repórter-cinematográfico Fabiano Correia da Silva (foto), da RIC Record, durante o jogo Marcílio Dias e Atlético de Ibirama, no último sábado (12), no estádio Hercílio Luz, em Itajaí. Fabiano foi atingido no pescoço por uma garrafa de água, lançada por um torcedor. Em meio a um tumulto ocorrido no jogo, outro repórter também foi ameaçado por torcedores.
O Sindicato dos Jornalistas de Santa Catarina se solidariza com os profissionais que atuam nos estádios e repudia todo tipo de violência ou ameaça contra os trabalhadores da imprensa, cujo papel é levar informação ao público por meio dos veículos de comunicação. Ao mesmo tempo, conclamamos torcedores, dirigentes esportivos e os responsáveis pela segurança nos estádios a garantirem a integridade dos jornalistas no cumprimento de suas atividades profissionais.
Da mesma forma, em nome de toda categoria, pedimos aos empresários da comunicação que busquem assegurar condições dignas de trabalho aos profissionais e que estes, por sua vez, avaliem com clareza os riscos envolvidos no desempenho de suas funções.
A seguir, a mensagem divulgada por profissionais da imprensa que atuam no litoral norte do estado:
Queremos respeito!
Para estarmos em um estádio de futebol numa noite de quarta-feira ou numa tarde de fim de semana, deixamos a família de lado, amigos, momentos que poderiam ser de descanso. E não fazemos isso por pura obrigação profissional. Fazemos porque somos apaixonados por nossa profissão e porque gostamos de buscar as melhores informações para passar a você, torcedor.
Quando estamos em um estádio de futebol de colete, com câmera fotográfica, filmadora, microfone, gravador ou papel e caneta na mão, não estamos lá como lazer, para relaxar, para se divertir, estamos para trabalhar. Para mostrar o que você torcedor que estava no estádio não conseguiu ver, para você que não foi ao estádio saber o que aconteceu e como aconteceu e para que todos saibam o que os personagens da partida tinham pra falar.
Não esperamos que todos concordem com nossa visão, com nossas opiniões ou com a leitura que fizemos da partida. Esperamos apenas respeito ao nosso trabalho. Esperamos apenas poder fazer o nosso trabalho e depois voltarmos tranquilos para nossas casas.
Não foi a primeira vez que um profissional de imprensa foi agredido no estádio Dr. Hercílio Luz, mas esperamos que tenha sido a última. O que não queremos é ter que sentar com a diretoria para estudar novos acessos ao campo, novos locais para a imprensa para tentarmos nos proteger dentro da nossa casa.
Sim. Consideramos o estádio Dr. Hercílio Luz como uma de nossas casas. É lá que passamos boa parte do nosso tempo. É o Marcílio Dias que a gente acompanha diariamente há anos. Nos momentos bons quando muito mais gente cobre o clube e milhares de torcedores acompanham. E nos momentos ruins onde só estamos nós e algumas centenas de torcedores.
Não queremos prêmios ou aplausos. Só queremos respeito e condições de realizarmos o nosso trabalho.”
Adriano Assis – Repórter do jornal Diarinho
Anderson Bernardes – Repórter do portal ND Online
Carlos Estevão dos Santos – Locutor da Rádio Difusora Itajaí
Dinho de Oliveira – Repórter de campo da Rádio Univali
Eduardo de Oliveira – Repórter de campo da Rádio Menina FM
Fabiano Correia da Silva – Repórter-cinematográfico da RICTV Record
Ismail Filho – Repórter do jornal Diário da Cidade
Jean Pablo Cardoso – Apresentador da TV Brasil Esperança
Marcelo Nunes – Repórter da RICTV Record
Miguel Ignácio Fajardo – Locutor da Rádio Menina FM
Rafael Monaco – Repórter da Band
Raphael Ribeiro – Repórter-cinematográfico da Band
Sérgio Motta – Apresentador da TV MCA
Victor Fernando Pereira – Repórter do Grupo RBS
