Autora doou livro à biblioteca do SJSC
“Canta tua aldeia e serás universal”. Ao longo dos anos e com a disseminação dos meios de comunicação, a frase atribuída a Leon Tolstoi transformou-se em um clichê. Trata-se, no entanto, de um daqueles que carrega em si dose significativa de verdade. Transposta para o campo da história descreve com precisão trabalhos como este de Izani Mustafá. A proximidade com a aldeia propagada como a de Tolstoi aparece já no título: Alô, alô, Joinville! Está no ar a Rádio Difusora. A Radiodifusão em Joinville (1941-1961). Ao contar a história de uma emissora, a autora acaba por recuperar, também, boa parte da trajetória do veículo na aldeia em que hoje ela vive.” (Luiz Artur Ferraretto, no prefácio do livro).
“Afinal, qual o destino do rádio no Brasil, e no mundo, em tempos de Internet, Ipods, Twitter, e outros tantos aparatos tecnológicos e de comunicação que se impõem na nossa contemporaneidade? Qual a diferença fundamental entre a radiodifusão e outras formas de se fazer compreender, de falar e ser ouvido? Qual a importância desse veículo, em especial, em meio a tamanha multiplicidade de suportes e recursos audiovisuais que preenchem e, até certo ponto, caracterizam, conformam nossa existência? Questões como essas teimam em surgir, quando nos deparamos com trabalhos de pesquisa voltados a historicidade das mídias n país, e em especial, aqueles dedicados a pesquisa da história da radiodifusão brasileira’. (Márcia Ramos de Oliveira, na apresentação do livro).
O livro Alô, Alô, Joinville! é resultado da dissertação de mestrado defendida pela autora em 2009 no programa de Pós-Graduação em História da Universidade do Estado de Santa Catarina (UDESC). Nele, Izani Mustafá cuida do surgimento da Rádio Difusora na cidade de Joinville e ao mesmo tempo evidencia o rádio como um dos principais meios de comunicação que revolucionaram o século XX: “O rádio destaca-se como sendo o milagre mais importante porque tinha o poder de conduzir a voz por meio das ondas eletromagnéticas propagadas no espaço. A voz irradiante que saia daquela caixa em forma de capela, além de atrair a atenção das pessoas, transformou o cotidiano e implementou mudanças estéticas, culturais e sociais em um período onde o imperativo era a industrialização e a modernização. O aparelho de som inverteu uma ordem que estava estabelecida. Da cultura letrada que havia incentivado o industrialismo, a partir da década de 1920, ocorre o inverso porque o rádio pressupõe a coletividade e assim como afirma McLuhan, faz reviver a experiência ancestral das tramas do parentesco do profundo envolvimento tribal”.
Izani Mustafá é jornalista formada pela Universidade Federal de Santa Maria e mestre em História pela UDESC. Desde 2003 é professora das disciplinas teóricas e práticas de rádio, orientadora dos projetos experimentais de rádio, e desde 2005, uma das coordenadoras da Revista Eletrônica do curso de Jornalismo da Ielusc (Joinville). Em 2009 passou a integrar o Grupo de Rádio e Mídia Sonora da Sociedade Brasileira de Estudos Interdisciplinares da Comunicação – INTERCOM.
Fonte: Caros Ouvintes