Na tarde da última terça-feira (30/6), a CPI do HSBC aprovou requerimentos que pediam a quebra de sigilo fiscal e bancário de clientes investigados por denúncias de operações irregulares com o banco. A medida, entretanto, foi questionada por alguns senadores.
Segundo a Agência Senado, Paulo Bauer (PSDB-SC), por exemplo, pediu bom senso e, em alguns casos, sugeriu a retirada de pauta do requerimento e o envio de mais correspondências para os investigados, como no caso do apresentador Carlos Roberto Massa, conhecido como Ratinho, e o da esposa dele, Solange Martinez Massa. A CPI solicitará mais esclarecimentos aos dois. Bauer reiterou que muitas das pessoas mencionadas pela imprensa como suspeitos de operações irregulares com o HSBC ainda não têm uma acusação formal. O senador disse ainda que quando o Coaf [Conselho de Controle de Atividades Financeiras] diz que uma operação financeira é atípica, não quer dizer que é, necessariamente, ilegal.
Entre os pedidos de quebra de sigilo recusados, está o do empresário Benjamin Steinbruch, da Companhia Siderúrgica Nacional (CSN). Já Paulo Celso Mano Moreira e Ademir Venâncio de Araújo, ex-diretores do Metrô de São Paulo, acusados de irregularidades administrativas, tiveram a solicitação aprovada.
Alguns parlamentares questionaram o momento e necessidade da quebra de sigilo. O presidente da CPI, senador Paulo Rocha (PT-PA), informou que a Comissão elencou os nomes divulgados pela imprensa e enviou correspondência com pedido de informação sobre as operações. “Alguns responderam, outros não. Assim, a CPI decidiu avançar com o pedido de quebra de sigilo”, explicou.
Ratinho, dono da Rede Massa de Rádio e TV, aparece em duas listas relacionadas às contas no HSBC em Genebra, na Suíça. Uma delas é a de empresários de mídia e jornalistas. O saldo da conta era de US$ 12,5 milhões.
Na outra, ele aparece entre os 16 doadores da campanha eleitoral de 2014. As doações, no valor de R$ 254.140, foram destinadas ao filho dele, Ratinho Junior, deputado estadual eleito pelo PSC-PR, atual secretário do Desenvolvimento Urbano do Paraná.
À época da revelação das listas, o Grupo Massa alegou que “todos os bens e valores de Carlos Roberto Massa e Solange Martinez Massa foram devidamente declarados aos órgãos competentes”.
Fonte: Portal Imprensa