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Jornalistas de Santa Catarina buscam reajuste salarial no TRT após quatro anos de perdas financeiras

Na próxima quarta-feira, 13 de março, jornalistas de Santa Catarina e representantes das empresas de comunicação do estado se reunirão para uma audiência de mediação no Tribunal Regional do Trabalho da 12ª Região. O encontro foi solicitado pelos trabalhadores, que estão há mais de quatro anos sem ganhos reais nos salários, e buscam uma conciliação para encerrar a data-base de 2023.

Agendada para às 15h30, de forma virtual, a reunião visa encontrar uma solução para a campanha salarial de 2023, que ainda não alcançou acordo entre as partes. Os jornalistas propuseram, em assembleia, um reajuste salarial de 3% acima do Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC), que foi de 3,83%, entre maio de 2022 e maio de 2023. No entanto, as empresas têm se recusado a atender essa demanda, oferecendo apenas 0,17% de aumento real, o que equivale a R$ 5,12 no piso salarial.

O Sindicato dos Jornalistas de Santa Catarina considera a proposta das empresas insuficiente para compensar as perdas salariais enfrentadas durante a pandemia. Enquanto os trabalhadores tiveram suas jornadas e salários reduzidos, as empresas foram beneficiadas com incentivos fiscais. Além disso, a proposta não reflete a realidade econômica atual, na qual até o salário mínimo foi reajustado acima da inflação e a maioria das negociações com data-base em maio obteve resultados mais favoráveis.

Jornalistas acumulam perdas

No período de 2019 a 2022, os jornalistas receberam apenas 10,5% de reposição salarial, enquanto a inflação acumulada foi de 23,16%. Nesse ínterim, a categoria entrou com pedido de dissídio no TRT, mas as empresas recusaram um julgamento justo sobre o tema e recorreram ao artigo 141 da emenda constitucional 45/2004, que estabelece a necessidade de comum acordo para judicialização do acordo coletivo de trabalho.

Em 2023, na tentativa de chegar a um acordo, a categoria reduziu sua demanda de ganho real de 11,66% para 3%, porém o Sindicato das Empresas donas de Jornais e Revistas (Sindejor) ainda não reconhece a situação dos seus trabalhadores.

Em novembro do ano passado, após uma série de reuniões com os empresários, a categoria lançou uma Carta Aberta aos Catarinenses, onde buscou sensibilizar os demais setores da sociedade catarinense e da economia sobre a importância do trabalho dos profissionais da comunicação para o estado, alertando sobre a situação que os trabalhadores enfrentam. 

As alegações das empresas de comunicação sobre dificuldades financeiras são questionáveis, uma vez que não apresentam dados que justifiquem tal posição. Os registros públicos disponíveis nos portais de transparência do Governo do Estado, Assembleia Legislativa e prefeituras indicam que os gastos públicos com as empresas de comunicação aumentaram nos últimos anos.

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