A Federação Nacional dos Jornalistas – FENAJ, representante máxima da categoria no Brasil, expressa sua preocupação com o futuro da nação brasileira, após a eleição da chapa formada pelo capitão reformado Jair Bolsonaro e pelo general Mourão, também reformado, para governar o país a partir de 1º de janeiro de 2019.
A FENAJ repudia a violência contra jornalistas e, em especial, as declarações do assessor de Bolsonaro, Eduardo Guimarães, que apenas esperou a divulgação, no início da noite de 28 de outubro, das pesquisas de boca de urna indicando a vitória de seu assessorado para enviar mensagem ofensiva a diversos jornalistas de diferentes veículos de mídia. Também no dia 28, jornalistas foram agredidos enquanto faziam a cobertura das comemorações da vitória de Bolsonaro em mais de um Estado brasileiro.
Os muitos casos de agressões contra jornalistas ocorridos durante a campanha eleitoral e a indiferença de Bolsonaro diante dos ataques reforçam o que a trajetória política dele já demonstrara: o político de ultra-direita é avesso a críticas e não admite ser questionado publicamente, mesmo quando as questões dizem respeito à sua atuação como homem público.
Ainda que Bolsonaro tenha assumido o compromisso de respeitar a Constituição brasileira, são de conhecimento público suas ideias autoritárias, como a defesa da ditadura militar, e até mesmo criminosas, como a apologia à tortura. Resta saber como vai se comportar a partir de agora, e se vai se submeter às regras democráticas, entre elas a do respeito às liberdades de expressão e de imprensa.
A FENAJ e os Sindicatos de Jornalistas não aceitam qualquer tipo de violência contra a categoria e categoricamente afirmam que não há justificativa admissível para as agressões que vêm ocorrendo e que cresceram no ambiente virtual no decorrer da campanha.
Igualmente, FENAJ e Sindicatos não aceitam a retirada de direitos dos trabalhadores e trabalhadoras e estarão nas trincheiras da resistência, para evitar mais prejuízos. Como deputado, Bolsonaro votou sempre contra os interesses da classe trabalhadora. Estaremos firmes e alertas para impedir que os retrocessos iniciados por Temer se aprofundem ainda mais.
Diante das incertezas do futuro, a FENAJ e seus Sindicatos filiados reafirmam seu compromisso com a democracia, com o Estado Democrático de Direito, com as liberdades individuais e coletivas e com os direitos humanos, trabalhistas e sociais. E lembram que o Jornalismo e os jornalistas têm papel fundamental para a democracia e a constituição da cidadania e que governantes democráticos submetem-se à crítica e, principalmente, à vontade da maioria que, no Brasil e no mundo, é constituída pela classe trabalhadora.
Em defesa da democracia!
Em defesa das liberdades de expressão e de imprensa!
Em defesa do Jornalismo e dos jornalistas!
Em defesa dos direitos da classe trabalhadora!
Brasília, 29 de outubro de 2018.
Federação Nacional dos Jornalistas – FENAJ