Não por acaso realizado no período em que se registram os 50 anos do golpe civil-militar de 1964, o 36º Congresso Nacional dos Jornalistas será realizado em Alagoas, de 2 a 6 de abril, tendo como tema geral “O Jornalismo, os jornalistas e a democracia”. Em Maceió, os jornalistas brasileiros, ao lembrarem as restrições à liberdade, estarão assumindo seu papel ontológico de guardiões e promotores desta liberdade. O jornalismo e os jornalistas que o realizam guardam e promovem a liberdade assentada na verdade e comprometida com a justiça e a igualdade. A delegação catarinense ao evento é composta pelos jornalistas Valmor Fritsche, Valci Zuculoto, Linete Martins, Tânia Machado de Andrade e Carlota Medeiros.
Caberá ao sociólogo francês Dominique Wolton (foto), um dos grandes especialistas europeus em política e comunicação, a conferência de abertura “Jornalismo para humanizar a comunicação”, no dia 2 de abril, às 20h.
Outro assunto a sere abordado durante o evento é a crescente violência contra jornalistas no exercício de suas funções no Brasil. A Federação Nacional dos Jornalistas (FENAJ) teve incluídas, no relatório elaborado por um Grupo de Trabalho da Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República para coibir a violência, propostas como a federalização da investigação de crimes contra jornalistas, a criação do Observatório da Violência contra profissionais de comunicação e a ampliação dos programas de proteção aos profissionais da comunicação em casos de ameaças.
Ao Ministério da Justiça, recomendou-se a definição de um protocolo padrão de atuação das forças de segurança pública em manifestações, com base no princípio da não violência. O padrão de atuação deve incluir a garantia da proteção de jornalistas em serviço. Policiais e agentes de segurança pública devem ainda ser orientados a não apreender equipamentos (câmera, gravador, celular etc.) ou mídias de armazenamento de dados.
Também foi sugerido que o Ministério estabeleça Termo de Ajustamento de Conduta com as empresas de comunicação, prevendo o oferecimento de treinamento de segurança aos profissionais de comunicação, empregados ou colaboradores eventuais, em situação cotidiana e em coberturas de eventos específicos como protestos sociais, bem como equipamentos de proteção. A adesão das empresas a um Protocolo de Segurança dos Jornalistas vem sendo reivindicada pela FENAJ e pelos Sindicatos de Jornalistas e ganha reforço com a recomendação do GT.
Durante o 36º Congresso Nacional dos Jornalistas haverá um ato público no Memorial ao Menestrel Teotônio Vilela em homenagem às vítimas da ditadura.