Jornalismo, Crítica e Diálogo
O Sindicato dos Jornalistas de Santa Catarina (SJSC) manifesta a sua preocupação com ataques a profissionais de comunicação pelo simples fato de exercerem o direito de fazer análises – principalmente no terreno minado da política – baseadas em informações de bastidores. A lei garante, aos jornalistas, a proteção das fontes, não tendo a obrigação de torná-las públicas. Evidente que seja em uma notícia, comentário ou análise, os fatos devem ser tratados com respeito às pessoas mencionadas e baseados em fontes fidedignas.
Diferenças ideológicas ou divergências sobre fatos não podem inviabilizar o direito de opinião. Caso ocorra abuso, as pessoas podem procurar os canais necessários para se manifestarem, o que pode acontecer por meio da solicitação de direito de resposta ou de um contraponto ao fato narrado. Em última instância, até mesmo procurando canais de responsabilização judicial.
É inegável que o ambiente político catarinense, assim como muitos outros setores da sociedade, é predominantemente branco, hetero e masculino. No entanto, isso não deve restringir a liberdade jornalística de qualquer profissional de comunicação escrever sobre temas diversos. O diálogo e a inclusão de diferentes perspectivas são essenciais para enriquecer o espaço público e fomentar a troca de conhecimentos.
O SJSC reitera que valores como diálogo, credibilidade, ética, veracidade e responsabilidade social são fundamentais para o jornalismo e devem ser defendidos constantemente.
A acusação de produzir “fake news”, especialmente quando parte de figuras públicas de grande influência, e que não é amparada em fato devidamente comprovado, é quase tão grave quanto a própria produção de uma “fake news”. O SJSC lembra que a Comissão de Ética dos Jornalistas/SC, eleita de forma independente da direção sindical, está sempre disponível para receber denúncias e averiguar eventuais desvios de conduta de profissionais do jornalismo.
Como representante dos jornalistas em Santa Catarina, o SJSC reafirma o compromisso de proteger a integridade dos profissionais de comunicação, para que possam exercer plenamente suas atividades, com liberdade e responsabilidade, e que não sejam atacados por manifestarem opiniões baseadas em contextos que sejam legítimos e para os quais, quando houver divergências, que se busque o diálogo e, em última instância, os canais competentes para se contrapor a eventuais abusos, desde que comprovados.