Estudo encomendado pela diretoria do SJSC ao economista Maurício Mulinari aponta que o salário mínimo profissional para jornalistas no estado de Santa Catarina deveria ser de R$ 4.982,33. O valor é bem maior que os R$ 3.227,82 fixados pela última convenção coletiva da categoria.
A pesquisa usou dados da Relação Anual de Informações Sociais (RAIS) do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE) onde todas as empresas em atividade no país são obrigadas a declarar anualmente informações detalhadas sobre seus empregados.
O levantamento revela um rebaixamento histórico dos salários da categoria em Santa Catarina e uma defasagem em relação à média nacional. Na comparação com profissões correlatas, também foi constatado que os jornalistas estão entre os profissionais com menor remuneração de entrada.
A reivindicação foi aprovada em Assembleia Geral Extraordinária . Além da atualização do piso e da recomposição salarial, a pauta apresentada às empresas de comunicação cobra melhores condições de trabalho e o respeito à regulamentação da profissão. Os principais pontos são:
- Atualização do piso salarial: Fixação do piso em R$ 4.982,33 para todos os jornalistas do estado.
- Reajuste salarial: Reposição da inflação (4,96%) com ganho real de 5,2% para os salários acima do piso.
- Vale-alimentação/refeição: Benefício no valor de R$ 798,20, sem desconto em folha, garantido inclusive em plantões, férias e teletrabalho.
- Licenças ampliadas: Licença-paternidade de 20 dias úteis e licença-maternidade de 180 dias úteis, tanto para nascimentos quanto para adoções.
- Valorização de freelancers: Pagamento com base mínima nas tabelas do Sindicato, assegurando remuneração justa a profissionais contratados como prestadores de serviço.
- Adicional por viagem: Um salário-dia adicional por dia de viagem com pernoite, e adicional de 80% do salário-dia em caso de retorno após as 22h.
- Respeito à profissão: Contratação exclusiva de profissionais com formação superior específica em Jornalismo, conforme legislação vigente.
- Regras para estágio: Estágios limitados a estudantes que tenham cursado ao menos 50% da graduação, com jornada reduzida, supervisão obrigatória e proibição de substituição de profissionais.
A pauta foi formalmente encaminhada ao Sindicato das Empresas Proprietárias de Jornais e Revistas de SC (SINDEJOR/SC) e ao Sindicato das Empresas de Rádio e Televisão do Estado de SC (SERT/SC).
O SJSC reforça que este é um momento estratégico para o avanço na valorização da categoria, especialmente diante das perdas acumuladas nos últimos anos e da crescente precarização das relações de trabalho.
A mobilização em Santa Catarina está alinhada à Campanha Nacional Unificada 2025, coordenada pela Federação Nacional dos Jornalistas (FENAJ) e que reúne 31 sindicatos em todo o Brasil. Sob o lema “Quem informa SC somos nós”, a campanha nacional reafirma: sem condições dignas, não há jornalismo de qualidade.
