Em assembleia realizada às 18h desta terça-feira (23/10), a redação do Jornal da Tarde, de São Paulo, decidiu entrar oficialmente em estado de greve. O episódio acontece após as recorrentes notícias – sempre desmentidas pela direção – sobre o encerramento da circulação do diário do Grupo Estado em novembro.
Representantes da redação participaram, há uma semana, de reunião que envolveu também o Sindicato dos Jornalistas de São Paulo, a diretoria do jornal e o departamento de RH, na qual ficou decidida que a cúpula da empresa deveria manifestar-se sobre a situação dos funcionários até as 17h desta 3ª. Vencido o prazo, cerca de 40 profissionais – praticamente toda a redação, entre repórteres, fotógrafos, editores, diagramadores e outros funcionários – se reuniram na porta do jornal e, com o apoio jurídico do Sindicato, resolveram declarar o estado de greve.
A diretoria tem 48 horas para se manifestar a respeito e, se nada de novo ocorrer, outra assembleia será convocada para tomar novas decisões. Nesse ínterim, o Sindicato tentará marcar uma audiência no Tribunal Regional do Trabalho para o começo da semana que vem.
O movimento tem poucos precedentes entre os grandes jornais paulistas. Além da greve geral de jornalistas em 1979, a Gazeta Mercantil enfrentou situação parecida em meados dos anos 2000, já sob a polêmica gestão de Nelson Tanure, que acabou encerrando a circulação do jornal em 2009.
A redação do JT também se mobilizou para realizar nesta 5ª.feira (25/10) o show Tributo ao Jornal da Tarde, com a participação da banda Dangers Rock. No Jhonny’s Bar (av. Professor Celestino Bourrol, 180), a partir das 23h. A entrada é gratuita.