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Estudo inédito revela hábitos de consumo de notícias e desafios do jornalismo local em Florianópolis

Foi lançado na última quarta-feira (23), no Plenarinho da Assembleia Legislativa de Santa Catarina (Alesc), o estudo “O que conecta os públicos ao jornalismo local: hábitos, interesses, sustentabilidade, engajamento e participação em Florianópolis”, conduzido por pesquisadores da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC). O evento reuniu representantes do Sindicato dos Jornalistas de Santa Catarina (SJSC), da Associação Catarinense de Imprensa (ACI) e da União Florianopolitana de Entidades Comunitárias (UFECO) para debater os rumos da comunicação na capital catarinense.

A pesquisa, realizada pelo Laboratório de Práticas para o Jornalismo Local a Serviço dos Públicos (LocalJor/UFSC) com apoio da Fapesc e registro no CNPq, ouviu 604 moradores de todas as regiões de Florianópolis entre maio e junho de 2024. A amostra abrangeu diferentes faixas etárias, gêneros, raças, níveis de escolaridade, rendas e bairros, refletindo a diversidade da população local. As entrevistas aconteceram em ruas, terminais de ônibus, estabelecimentos comerciais e residências.

O relatório traz respostas para questões fundamentais:

  • Como os moradores de Florianópolis consomem notícias?

  • Quais temas despertam maior interesse?

  • Que relação a população mantém com os veículos jornalísticos locais?

  • Que barreiras dificultam o acesso e o engajamento com o jornalismo na cidade?

Panorama: confiança, lacunas e novas formas de se informar

Entre os principais resultados, o estudo aponta que as redes sociais — especialmente o Instagram — se consolidaram como a principal fonte de informação local, impulsionadas por perfis que adotam linguagem direta e próxima do cotidiano. Ainda assim, a credibilidade do jornalismo profissional segue sendo um valor reconhecido pelo público, que destaca a importância de conteúdos aprofundados, claros e com pluralidade de pontos de vista.

O relatório também evidencia lacunas importantes na cobertura da imprensa tradicional e aponta temas locais que ainda carecem de atenção dos veículos jornalísticos. Outro dado relevante é o perfil da participação: segmentos mais jovens e pessoas com maior escolaridade demonstram maior interesse em colaborar, sugerir pautas ou até produzir conteúdo, sinalizando novas possibilidades de interação entre comunidade e jornalistas.

No entanto, a resistência a pagar por notícias ainda é alta — principalmente entre os mais jovens e de renda mais baixa. Por outro lado, o estudo identificou abertura para discutir alternativas de financiamento, seja por meio de taxas públicas, apoio de fundações ou modelos colaborativos, mostrando que há espaço para a busca de soluções sustentáveis.

Durante o evento, o presidente do SJSC, Fábio Bispo, ressaltou: “A pesquisa mostra como a imprensa catarinense tem perdido conexão com as comunidades locais, o que abriu espaço para meios não jornalísticos ocuparem o papel de informar a população. É fundamental recuperar esse vínculo, fortalecer a pluralidade das pautas e valorizar o trabalho dos jornalistas”.

Desafios e caminhos para o futuro

A equipe do LocalJor propõe que o fortalecimento do jornalismo local passa pelo estímulo à participação da sociedade, adoção de modelos de financiamento inovadores, taxação de plataformas digitais e uso de tecnologias como a inteligência artificial. O objetivo é construir um jornalismo mais próximo, plural, sustentável e alinhado às necessidades dos públicos.

As primeiras análises do relatório já estão disponíveis para consulta aqui. A iniciativa abre um importante espaço de diálogo sobre o papel da imprensa na democracia e o futuro da comunicação em Florianópolis.

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