Os protestos contra a reforma da previdência proposta pelo governo ilegítimo de Michel Temer (PMDB) reuniram mais de 10 mil pessoas nas ruas de Florianópolis nesta quarta-feira (15/03). Os manifestantes se reuniram na Praça Miramar, no Centro, e saíram em passeata pelas principais ruas da capital. Durante os protestos, o transporte coletivo da cidade foi paralisado pelos motoristas e cobradores. O Sindicato dos Jornalistas participou das mobilizações.
Ao passar em frente ao prédio da Prefeitura, os manifestantes também protestaram contra o prefeito Gean Loureiro (PMDB), por conta do pacote de medidas encaminhado no início deste ano à Câmara de Vereadores, o que provocou uma greve dos municipários por mais de 30 dias. A multidão ainda passou pela Rua Álvaro de Carvalho e seguiu para a Paulo Fontes, onde todas as pistas da avenida acabaram fechadas, interrompendo o tráfego de veículos.
Mais do que uma reforma, a proposta que tramita no Congresso Nacional é um ataque aos direitos dos trabalhadores e trabalhadoras, promove o desmonte da previdência pública, estabelecendo idade mínima – para homens e mulheres – para aposentadoria em 65 anos, período mínimo de contribuição de 25 anos, mudança nos cálculos, de modo a reduzir a valor das aposentadorias e obrigatoriedade de contribuição de 49 anos para ter direito à aposentadoria integral.
Em Santa Catarina, mobilizações também tomaram conta das ruas das principais cidades do Estado, como Joinville, Blumenau, Itajaí, Caçador, Jaraguá d Sul, São Miguel do Oeste, Chapecó e Xanxerê. Os protestos ocorreram em todo o país. Estima-se que ao menos 1 milhão de pessoas foram às ruas nesta quarta-feira.
No Brasil
A maioir expressão do Dia Nacional de Lutas e Paralisações, convocado por centrais sindicais e movimentos sociais, ocorreu na Avenida Paulista, em São Paulo, que foi tomada por mais de 300 mil trabalhadores. Guilherme Boulos, coordenador nacional do Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST), considerou a mobilização como “um marco”. “Até aqui, nas últimas manifestações e dias de luta, estavam vindo às ruas apenas os movimentos organizados. Hoje tivemos um salto de qualidade. Muita gente que não está necessariamente mobilizada veio às ruas. Vários trabalhadores de diversas categorias estão paralisados em todo o Brasil. Começou a cair a ficha sobre o tamanho do ataque das reformas trabalhista e da Previdência. É o início de um novo momento”, concluiu.