A jornalista, professora, ensaísta e escritora Raquel Wandelli lança, no dia 21 de setembro, às 19 horas, na Fundação Cultural Badesc, em Florianópolis, seu livro “Existe, logo escreve – o inumano na arte-literatura”, publicado pela Editora da Universidade Regional de Blumenau (Edifurb). A noite de autógrafos terá fundo musical da Banda Felixfônica, de Guilherme Gouvêa e recital de passagens do livro.
Ao escrever Existe, logo escreve – o inumano na arte-literatura, Raquel Wandelli aponta a literatura como um lugar onde a humanidade problematiza e transgride sua incapacidade de comunicação com o mundo e com os outros seres. No paradoxo de ser o instrumento que marca a fratura entre letrados e iletrados, a literatura é também a grande fábula de cura dessa ferida profunda, o lugar privilegiado onde o humano pode se comunicar com os animais, os objetos, as plantas. Pode vencer o silêncio ou a mudez que ele próprio impôs ao mundo e ao seu próprio semelhante. De saída, a obra se propõe a pensar a filosofia e as artes como laboratório para o combate à ideologia maior, da qual se originam todas as formas de opressão do homem contra as outras espécies ou do homem contra ele mesmo, o antropocentrismo.
Natural de Florianópolis, Raquel Wandelli atua como professora do Curso de Jornalismo da Unisul há quase 20 anos. Especialista em Estudos Culturais, é mestre em Literatura, com a dissertação A reconstituição do corpo-livro nas narrativas hipertextuais, que aborda de modo pioneiro o conceito de hipertexto em narrativas de formato impresso. De sua autoria publicou Leituras do hipertexto: viagem ao Dicionário Kazar, coedição entre a Editora da UFSC e a IOESP (2004), uma das obras mais consultadas do país em relação a um modo de escrita expansível, que desorganiza a ordem linear da narrativa com a lógica da conectividade e que, antes da invenção da internet, já fazia parte de célebres experiências literárias em papel. Doutora também em Literatura, defendeu em 2014 a tese Ver, pensar e escrever com(o) um animal; devires do inumano na arte-literatura, que analisa a abertura ao inumano pela escrita.
Jornalista concursada do INSS, foi assessora de comunicação da Secretaria de Estado da Educação e também da área de Cultura na UFSC. Integrante atual do Coletivo de Mídia Jornalistas Livres, trabalhou em jornais diários de Santa Catarina, incluindo O Estado, A Notícia e Jornal de Santa Catarina. Autora de inúmeros artigos em livros, revistas e publicações acadêmicas sobre cinema, literatura, filosofia estética, cultura e comunicação, também incursiona no campo da ficção. Conquistou diversos prêmios de contos, poesia, crônica e conto publicados em revistas e livros diversos.
Resultado de pesquisas no doutorado do Curso de Pós-Graduação em Literatura da UFSC, complementadas no Centro de Estudos de Literatura Comparada da Université de Paris 3 (Sorbonne Nouvelle) e no Projet Animot da Escola de Altos Estudos em Ciências Sociais, em Paris, o livro é também fruto das reflexões sobre sua prática no ensino de jornalismo. Em quase duas décadas de magistério na Unisul, realizou dezenas de projetos de vivência com os alunos em coletivos que lutam pela sobrevivência, nominados por ela como povos de resistência (moradores de rua, comunidades rurais, urbanas e tradicionais que preservam modos de vida singulares, ocupações de sem-teto ou sem terras, comunidades alternativas, usuários de drogas, povos do mar, povos encarcerados, povos dos manicômios judiciários, idosos em casas de acolhimento, quilombolas, adolescentes em conflito com a lei ou com perda de vínculo familiar, sobreviventes do holocausto hanseniano).
Todos esses coletivos minoritários que compartilham uma luta em comum e não correspondem a um conceito geográfico de povo são abraçados pelo projeto que ela chama de “Jornalismo de Povos”. A tarefa dessa literatura da realidade é, para a escritora, trazer de volta temas e povos que desaparecem para os livros e para os jornais.
Serviço
Lançamento do livro Existe, logo escreve – o inumano na arte-literatura
21 de setembro, às 19 horas, na Fundação Cultural Badesc (Rua Visconde de Ouro Preto, 216, Centro de Florianópolis).
Contatos com a autora
Raquel Wandelli Loth: Fone (48) 999110524
e-mail: raquelwandelli@gmail.com.
Editora da FURB
Fones (47) 3321-0329; 3321-0930;3321-0592
e-mail: fundacaoculturalbadesc@gmail.com