0,00 BRL

Nenhum produto no carrinho.

Jornalista Celso Vicenzi é homenageado por cinco décadas de jornalismo

O jornalista, escritor e humorista Celso Vicenzi, diretor do Sindicato dos Jornalistas de Santa Catarina (SJSC), foi homenageado no 16º Encontro da Imprensa Catarinense, realizado no dia 2 de agosto, em Chapecó. O evento, promovido pela Associação Catarinense de Imprensa (ACI) e pela agência MB Comunicação, é considerado um dos maiores da área da comunicação no estado.

Natural de Rio do Sul e radicado em Florianópolis, Celso Vicenzi completa cinco décadas de atuação na comunicação em 2025. A homenagem reconhece sua contribuição marcante como repórter, editor, colunista, professor, dirigente sindical e autor de livros que mesclam humor, crítica e poesia. 

Vicenzi faz parte da delegação do SJSC no Conselho de Representantes da Federação Nacional dos Jornalistas (FENAJ). A diretora de Comunicação e Eventos do SJSC, Cristina De Marco, representou a entidade no Encontro da Imprensa Catarinense.

A trajetória de Vicenzi teve início precoce, aos 16 anos, como redator de humor na Rádio Blumenau. Desde então, passou por redações como O Estado e Diário Catarinense, onde se destacou por reportagens premiadas, criatividade editorial e sensibilidade na abordagem de temas sociais. Em 1985, tornou-se o primeiro jornalista fora do eixo Rio-São Paulo a vencer o Prêmio Esso de Ciência e Tecnologia, uma das mais importantes premiações do jornalismo brasileiro.

Além do jornalismo impresso e radiofônico, Vicenzi também se destacou como escritor. Publicou três livros de humor, dois livros infantis e uma coletânea de artigos intitulada O Analfabeto Midiático. Seu livro infantil Voar na Imaginação foi finalista do Prêmio Jabuti 2023. Combinando lirismo e ciência, a obra apresenta 48 espécies de aves brasileiras, com ilustrações de sua companheira Andréa Honaiser e QR codes com os cantos dos pássaros.

No movimento sindical, foi uma figura-chave na renovação do SJSC nos anos 1980, participando da criação do Movimento de Oposição Sindical (MOS), que modernizou a luta da categoria em Santa Catarina. Como presidente e dirigente do Sindicato, promoveu greves históricas, exposições culturais, palestras e ações criativas — como a emblemática “Operação Papagaio de Pirata”, em que jornalistas exibiam faixas de protesto durante transmissões ao vivo.

O Sindicato dos Jornalistas de Santa Catarina também se soma às homenagens e parabeniza publicamente Celso Vicenzi pelos 50 anos de profissão, reafirmando o jornalismo como ferramenta de memória, transformação e compromisso com o público.

Entrevista resgata memórias e histórias marcantes

Em maio de 2023, o projeto Repórteres SC, da revista Pobres & Nojentas, entrevistou Celso Vicenzi como parte de uma série dedicada a nomes emblemáticos do jornalismo catarinense. A iniciativa é liderada pelas jornalistas Elaine Tavares e Míriam Santini de Abreu, com apoio do cinegrafista Felipe Maciel-Martínez e da repórter fotográfica Rosane Lima, e conta com o apoio do Instituto de Estudos Latino-Americanos (IELA/UFSC).

Na entrevista, realizada em 9 de maio de 2023, Celso compartilhou experiências marcantes de sua carreira, entre elas:

  • A série de reportagens com a Família Schürmann, com quem passou 45 dias entre Argentina e Chile, durante a segunda volta ao mundo da tripulação, enfrentando inclusive a segunda pior tempestade da viagem, com ventos de até 100 km/h.
  • As matérias sobre violência contra a mulher no Diário Catarinense, que trouxeram capas com obras de Picasso, Munch, Dalí, Magritte, Debret e Delacroix, e contracapas com quadros de Mondrian onde eram inseridos resumos de boletins de ocorrência.
  • A experiência como pauteiro da TV Barriga Verde, recém-implantada em Florianópolis, onde trabalhou com profissionais como Sônia Bridi, que viria a se tornar uma das principais repórteres da TV Globo.
  • A lembrança do jornalista Renan Antunes de Oliveira, a quem Celso considerava um dos melhores textos do jornalismo brasileiro. Renan venceu o Prêmio Esso de Reportagem em 2004 com a matéria “A tragédia de Felipe Klein”, considerada por Celso “uma aula de jornalismo”.
  • A curadoria de importantes exposições fotográficas enquanto esteve à frente do SJSC, como a World Press Photo (no CIC) e os 20 anos da agência Gamma. Também no CIC, coordenou a exposição de cartunistas brasileiros com show da Muda Brasil Tancredo Jazz Band, que reuniu nomes como Luis Fernando Verissimo, Paulo e Chico Caruso e Reynaldo (do Casseta & Planeta).
  • Sua participação no livro Democratização em Florianópolis: resgatando a memória dos movimentos sociais, organizado pela professora Ilse Scherer-Warren e Jean Rossiaud, no qual é um dos dez entrevistados, ao lado de lideranças como padre Vilson Groh, Clair Castilhos e Luci Choinacki.
  • Os tempos áureos dos freelas, quando colaborava para a revista Visão e compartilhava redação com correspondentes da Veja, Folha de S.Paulo, Estadão, Jornal do Brasil, O Globo e Placar.

Em um dos momentos mais marcantes da entrevista, Celso deixou um conselho que resume sua trajetória e visão de mundo:

“O jornalista que não gosta de ler e não tem prazer em ler — não só literatura, poesia, mas também ensaios, artigos, enfim, todo o cabedal das ciências humanas — vai ter dificuldade de fazer boas reportagens. A leitura é a principal ferramenta da profissão.”

Matérias semelhantes

Comentários

DEIXE UMA RESPOSTA

Por favor digite seu comentário!
Por favor, digite seu nome aqui

Mais lidas