Seria romântico, poético, bucólico. Mas foi o jeito que os jornalistas arranjaram para fazer sua assembleia geral às 14 horas desta terça-feira (5/12) em frente ao Grupo NSC, em Florianópolis. SCom sol a pino, os jornalistas buscaram o abrigo de árvores e fizeram uma “ocupação” na clareira de um terreno baldio em frente ao portão de acesso ao Grupo NSC.
A iniciativa foi uma resposta à intolerância do Grupo que comprou os veículos da RBS e que, na semana passada, não autorizou o ingresso de dirigentes do Sindicato dos Jornalistas ao prédio da empresa, além de marcar as atividades do dia de rejeição à contrarreforma da previdência.
Na assembleia, o assessor jurídico do Sindicato, Prudente Mello, fez uma exposição sobre os efeitos da contrarreforma trabalhista, em vigor desde o dia 11 de novembro, e da proposta de reforma da previdência em debate no Congresso Nacional, que retiram direitos também dos jornalistas.
Em seguida, o presidente do SJSC apresentou uma síntese da contraproposta do Sindicato das Empresas de Jornais e Revistas às reivindicações da categoria: piso salarial de R$ 2.420,00 (INPC de 3,99% + 0,7% de aumento real) e INPC para todos os salários acima do piso, em troca do fim da liberação de dirigentes sindicais, fim do acesso às redações, mudança na Taxa de Reforço Sindical e fim da Comissão Paritária, todas cláusulas que estavam em vigor.
Nos debates, os jornalistas entenderam claramente que se tratava de uma proposta que concedia aumento real no piso em troca da destruição de sua organização sindical. Uma das falas resgatou que a única empresa que antecipou o pagamento de parte das perdas (a NSC), há cerca de dois meses, só o fez porque a categoria se organizou e vestiu preto em protesto ao arrocho salarial.
Em sua fase deliberativa, a assembleia respaldou a proposta para acordo apresentada pelo SJSC ao sindicato patronal no dia 14 de novembro, rejeitou a contraproposta patronal e aprovou a proposição de buscar a mediação do MPT para superação das divergências na Negociação Coletiva 2017.