Em valores nominais no piso da categoria, que é de R$ 3.011,48, a proposta patronal é de R$ 115 (3,8%) de reposição frente aos R$ 351 (11,66%) pedido pelos jornalistas.
Dados do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (DIEESE) apontam que 88% das 759 negociações da data-base maio analisadas pelo órgão garantiram reajustes acima da inflação medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC) e apenas 0,5% – quatro instrumentos coletivos – ficaram abaixo do índice de preços.
Esse movimento de crescimento nas negociações está diretamente ligado com uma reação da economia pós-pandemia. O próprio salário mínimo vigente no país teve um aumento real de 2,8% acima da inflação.
Em 2022, segundo dados da Secretaria da Fazenda de Santa Catarina, as empresas de comunicação no estado tiveram um faturamento da ordem de R$ 7 bilhões.
Só este ano, a Assembleia Legislativa empenhou R$ 20 milhões em publicidade nas empresas de comunicação de Santa Catarina, enquanto no governo do Estado, desde janeiro foram mais de R$ 23 milhões.
Perto desses valores e do volume de negócios que as grandes empresas de comunicação movimentam, hoje, a proposta de 11,66% (INPC + perdas + ganho real) reivindicada pelo jornalistas é absolutamente razoável. Já os 3,83% (INPC) que as empresas apresentam mal dá para comprar um botijão de gás.
A proposta das empresas significa mais arrocho nos salários dos jornalistas, já que o valor acompanha a inflação passada e a atual já corrói nossos salários desde maio.
O Sindicato dos Jornalistas espera poder chegar, na quarta rodada de negociações, a uma resposta das empresas digna de avaliação da categoria, mas é preciso que os patrões melhorem sua proposta para que se chegue a um acordo.
A luta dos jornalistas é por mais valorização e dignidade!