Neste 1º de maio a Federação Nacional dos Jornalistas saúda e solidariza-se com os trabalhadores de todos os continentes em sua luta permanente pela manutenção e ampliação de direitos, pela valorização e promoção da dignidade humana e pelo combate a toda forma de exploração e discriminação. Saudamos especialmente os trabalhadores brasileiros – e particularmente os jornalistas – neste momento de resistência e enfrentamento a uma agenda conservadora que busca se impor na realidade brasileira, precarizando as relações de trabalho e tentando atomizar conquistas sociais.
A despeito das tentativas dos donos do capital de descaracterizarem esta data, atribuindo-lhe caráter meramente festivo e assistencialista, reafirmamos que hoje é nosso dia, Dia do Trabalhador. Hoje é dia de luta, pois a força de trabalho é o principal motor da história, produtor de riqueza e de condições para a reprodução e valorização da vida.
Este esforço diuturno, no entanto, tem como contraponto a sanha capitalista de concentração da riqueza e de poder nas mãos de poucos. Por isso denunciamos as práticas de precarização do trabalho, desregulamentação das relações trabalhistas, as flexibilizações, as terceirizações e demissões imotivadas como ações predatórias, mesquinhas e atentatórias à dignidade humana.
A classe trabalhadora brasileira enfrenta, em 2015, problemas como a insensata medida provisória do governo que muda as regras de acesso a benefícios trabalhistas e previdenciários – seguro-desemprego, seguro-defeso, abono salarial, pensão por morte e auxílio-doença – e o malfadado PL da Terceirização, aprovado na Câmara dos Deputados e que segue para o Senado.
Os jornalistas brasileiros também sofrem os efeitos de uma crise artificial provocada por aqueles que, em nome da manutenção e ampliação de suas margens de lucro, transferem o ônus de sua incompetência para a classe trabalhadora. Demissões, salários aviltantes, desrespeito à nossa jornada de trabalho, assédio moral, pejotização, terceirização, condições inseguras de trabalho, violência e desrespeito à liberdade de imprensa compõem o cenário cotidiano do exercício de nossa profissão.
Reagimos a tudo isso convocando os jornalistas e a classe trabalhadora brasileira à organização, resistência e luta unitária em defesa de bandeiras históricas como condições de trabalho e salários dignos, relações trabalhistas reguladas e medidas que aprofundem o processo democrático no Brasil, como o combate à corrupção, reforma política sob a perspectiva dos trabalhadores, reforma agrária e democratização da comunicação.
Viva o 1º de maio! Viva a solidariedade e luta dos trabalhadores em todo o mundo!
Federação Nacional dos Jornalistas – FENAJ
Brasília, 1º de maio de 2015.