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Intolerância e obscurantismo: FENAJ repudia violência contra jornalistas no Rio

A Federação Nacional dos Jornalistas (FENAJ), organização máxima de representação dos jornalistas brasileiros, repudia de maneira veemente a violência sofrida por repórteres fotográficos e cinematográficos, no último dia 24, no Rio de Janeiro, quando faziam a cobertura jornalística da soltura de manifestantes que estavam presos. A Federação reitera a denúncia que vem fazendo nos últimos anos da existência de grupos que, não tolerando a atividade jornalística se valem da violência para impedir o trabalho de profissionais, cujo compromisso principal é o de divulgar os fatos de interesse público.

O tumulto e agressões ocorreram em frente ao Complexo Penitenciário de Bangu, na zona oeste do Rio, após a saída de três ativistas presos em manifestações anteriores. O repórter cinematográfico Tiago Ramos, do SBT, foi derrubado por manifestantes e ficou ferido na boca, no braço e tornozelo. Também derrubado, o repórter fotográfico André Mello, do jornal O Dia, teve o equipamento danificado.

A FENAJ não reconhece nesses grupos qualquer legitimidade. Nenhum movimento social ou representante do estado pode agredir jornalistas com o intuito de constrangê-los e assim impedir a circulação de informação. Lembra a memória de Santiago Andrade para reafirmar a dignidade do trabalho dos jornalistas brasileiros comprometidos com a verdade e o interesse público.

Os jornalistas agredidos ontem tiveram seus direitos humanos fundamentais de expressão, de comunicação e de trabalho violados. As agressões que eles sofreram precisam ser repudiadas por todos aqueles que defendem os direitos humanos, pelos que lutaram e lutam pela democracia e pelo fim da censura e por todos, enfim, que apostam na liberdade, na tolerância, no respeito e na inclusão como forma de organizar a sociedade.

A Federação dos Jornalistas, desde o início da escalada de agressões contra os profissionais da comunicação, vem se dirigindo a sociedade brasileira para que não tolere esta violência, que é prática de indivíduos e grupos que a exercem como tática política.

A FENAJ vem exigindo do estado brasileiro que exerça sua prerrogativa de antecipar, prevenir e impedir qualquer tipo de violência contra os jornalistas brasileiros. O resultado parcial foi alcançado com a criação, por parte da Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República e do Ministério da Justiça, de um Observatório da Violência Contra Comunicadores.

Este Observatório, proposto pela FENAJ, deverá ser de caráter público e permitirá ao país identificar os verdadeiros números da violência, acompanhar as denúncias e os processos policiais e judiciais e assim ajudar a diminuir a impunidade, causa principal de reincidência da violência contra quem tem por missão a divulgação de fatos de interesse público.

Além disso, a FENAJ luta pela federalização das investigações dos crimes contra comunicadores e pela implementação de um Protocolo Nacional de Segurança dos Jornalistas, a ser assumido pelas empresas jornalísticas. Também continua cobrando do Ministério da Justiça uma posição clara de orientação às forças policias dos diversos estados brasileiros para garantir a integridade dos jornalistas, quando em trabalho nas coberturas que envolvam qualquer risco.

A FENAJ, em nome da liberdade de expressão, da liberdade de imprensa e do direito humano à comunicação, solidariza-se com os companheiros vítimas das agressões e mais uma vez denuncia a violência contra jornalistas como fruto da intolerância e do obscurantismo.

Brasília, 25 de julho de 2014
Federação Nacional dos Jornalistas – FENAJ

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