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Sindicato dos Jornalistas faz ato em Lages

Dirigentes do Sindicato dos Jornalistas de Santa Catarina causaram sensação em Lages quando, no meio da chuva que caia torrencialmente, iniciaram uma caminhada pelo centro da cidade, com faixas e palavras de ordem.

Eles se dirigiam para frente do jornal Correio Lageano, cuja dona, Isabel Baggio, ocupa hoje o cargo de presidente do Sindicato das Empresas Proprietárias de Jornais e Revistas. A manifestação se deu em função de que a entidade patronal já deu três bolos nos trabalhadores, não comparecendo às reuniões de negociação chamadas pela Delegacia Regional do Trabalho.

O mês de maio é o mês da data-base dos jornalistas e, em outros anos, pelo menos o INPC era antecipado enquanto as negociações andavam. Agora, os jornalistas devem entrar no mês de junho sem qualquer mudança no contracheque.

Com um megafone, o presidente do SJSC, Rubens Lunge, informava a comunidade sobre os motivos da manifestação. Panfletos eram distribuídos e a população foi bastante receptiva. Muitos, como o ex-deputado Godinho, paravam o carro e vinham conversar ou tirar fotos. A mobilização dos jornalistas chamava bastante a atenção na cidade. “nunca a gente teve uma coisa assim, comentava uma jornalista local”.

Na frente do jornal Correio Lageano, os jornalistas deram o seu recado e tiveram, inclusive, um momento de tensão, quando uma trabalhadora , identificada como contadora do jornal veio questionar o fato de estarem os trabalhadores trancando a entrada do prédio.

Depois de uma hora sob a chuva e informando a população sobre a situação dos jornalistas em todo o Estado de Santa Catarina, a dona do jornal, Isabel Baggio, mandou chamar os sindicalistas para uma conversa. De cara perguntou se era necessário que todos se abalassem desde Florianópolis para fazer manifestação em Lages. Foi informada que ali estavam representantes de Florianópolis, Jaraguá do Sul, Lages e Criciúma e que este era o papel do sindicato: fazer a luta em nome dos trabalhadores.

Rubens Lunge cobrou da presidente do sindicato patronal a presença nas reuniões de negociação e sugeriu que ela não faltasse na que estava marcada para o dia 21 de maio. Isabel disse que não havia comparecido antes porque o seu sindicato está de mudança e que , por isso, não havia recebido a informação. Ela ainda surpreendeu a todos quando informou sobre aonde vai se abrigar o sindicato patronal a partir de agora: na Casa do Jornalista, em Florianópolis. Foi um espanto geral porque, afinal, a casa do jornalista deveria existir para atender ao jornalista e não aos patrões. Mas, enfim , é lá que eles vão ficar.

A empresária alegou ainda que a sua entidade tem uma agenda muito cheia e que no devido tempo dará atenção ao caso da campanha salarial. Elaine Tavares argumentou que os trabalhadores também tem a sua agenda, que inclui comer e manter sua vida, e por isso mesmo o sindicato estava ali. “Já estamos no final de maio e vocês não se dignaram a dar uma resposta”. Sandro de Mattia, de Criciúma, também se manifestou exigindo que a entidade patronal sente á mesa de negociação.

Incomodada, Isabel perguntou quem havia escrito o panfleto distribuído na cidade, que faz um perfil da sua pessoa. Informada sobre a autoria, ela aquietou, sem mais qualquer comentário. Rubens cobrou da presidente do sindicato patronal o cumprimento da lei no que diz respeito à legalização dos trabalhadores, usando como exemplo a situação do próprio Correio Lageano, que tem diagramadores sem registro e não considerados como jornalistas, além de outras irregularidades como o fato de os jornalistas não receberem o piso da categoria.

Ela tentou argumentar que os diagramadores não apenas faziam este trabalho para o seu jornal, como atuavam na gráfica, também de sua propriedade, fazendo outros jornais, o que ficou mais feio ainda. “Se a senhora aluga o trabalho deles para outros jornais, aí mesmo é que deveria legalizar a situação”.

Isabel insistiu que os empresários da comunição tem muitos problemas para resolver e que haviam outras prioridades antes da dos trabalhadores. Novamente foi bombardeada pelos dirigentes que lhe apontaram as urgências dos trabalhadores. “Viver com 1.200 não é mais possível”, lembrou Iran Rosa de Moraes, embora os trabalhadores do CL nem isso ganhem. “Isso tem de ser visto como prioridade”, ressaltou.

A conversa encerrou por aí e Isabel Baggio informou que os representantes das empresas se reúnem nesta quarta-feira para finalmente discutirem a pauta dos jornalistas e retirar uma comissão de negociação. Agora é esperar para ver como as coisas correm no dia 21 de maio, quando todos se encontram outra vez na mesa de discussão na DRT. Os jornalistas tem uma extensa pauta com cláusulas sociais e pedem a elevação do piso salarial para 1800 reais.

A atividade foi considerada um sucesso, uma vez que movimentou a cidade, incomodou os patrões e chamou para o diálogo. Os donos de jornais e revistas já podem saber que o sindicato não está para brincadeira.

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