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FENAJ denuncia agressões a Vera Magalhães e escalada autoritária do governo Bolsonaro

A Federação Nacional dos Jornalistas (FENAJ) alerta a sociedade, mais uma vez, para a sanha totalitária do governo de Jair Bolsonaro, que ganhou novo episódio nesta semana. Além de seguirem protagonizando e incentivando ataques às instituições democráticas, o presidente e sua equipe buscam a todo momento atacar os jornalistas e o Jornalismo feito no País.

São inadmissíveis as contínuas e sistemáticas agressões aos profissionais da imprensa, por simplesmente fazerem seu trabalho. Bolsonaro, seus filhos, ministros e parlamentares incentivam a perseguição aos jornalistas. A mais recente vítima foi Vera Magalhães, colunista do jornal O Estado de S. Paulo, após divulgar a notícia de que o presidente havia repassado por WhatsApp um vídeo que convocava para uma manifestação nacional contra o Congresso e o Supremo Tribunal Federal.

A notícia foi publicada na noite de terça-feira de Carnaval, dia 25, e depois disso a jornalista sofreu uma série de calúnias, feitas por anônimos, grupos organizados e parlamentares. O Movimento Avança Brasil publicou uma montagem grosseira, com uma falsa troca de mensagens entre Vera e o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, sugerindo um acordo entre ambos para repercutir a notícia. Houve ainda fraude sobre os prints divulgados pela jornalista, manipulados para derrubar a credibilidade da profissional.

Vera também foi atacada por aliados de Bolsonaro, como a deputada federal Alê Silva, do PSL de Minas Gerais, que via twitter repetiu contra a jornalista as agressões misóginas e machistas do presidente contra a repórter Patrícia Campos Mello, da Folha de S. Paulo. O deputado federal Eduardo Bolsonaro, do PSL paulista, filho do presidente, resgatou tweet antigo de Vera, incitando seus seguidores a atacarem a jornalista. A colunista de O Estado de S. Paulo também foi vítima da exposição de informações sobre seus filhos, e no twitter a hashtag #VeraFakeNews esteve entre as mais citadas na quarta-feira, dia 26, em um sinal de ataque coordenado com impulsionamento feito por robôs.

Na esteira dessa escalada autoritária, o jornalista Felipe Betim, do El País Brasil, foi ameaçado na noite desta quarta, dia 26, pelo deputado Daniel Silveira, do PSL-RJ. Pelo twitter, o repórter chamou atenção para uma postagem do parlamentar que sugeria ao Congresso Nacional não subestimar os “homens de botões dourados”, uma referência aos generais das Forças Armadas. O deputado, que é ex-PM, acrescenta na postagem que aos comunistas, “o método é menos ortodoxo que o do politicamente correto que os deixou tão imbecis”. Ao tweet do jornalista que replicou essa postagem, o deputado respondeu “Exatamente! É este o resultado! O terror de idiotas comunistas feito você. Não gostou? Já sabe”, em uma clara tentativa de intimidar o profissional.

A FENAJ reitera que o ambiente democrático vem sendo corrompido no País, e os ataques a jornalistas e à imprensa são mais uma expressão do avanço de ideias e práticas totalitárias. Os ataques à democracia são incentivados pelo próprio presidente da República, que afronta a Constituição que deveria obedecer. Nunca foi segredo a admiração de Jair Bolsonaro pela ditadura militar que sufocou liberdades, censurou a imprensa, torturou e matou, inclusive jornalistas como Vladimir Herzog, assassinado brutal e covardemente em aparato da repressão militar, em 1975.

Diante dos fatos, nos solidarizamos com os jornalistas atacados e nos juntamos aos movimentos sindical e popular, às entidades da sociedade civil, organizações político-partidárias e órgãos públicos que zelam pela democracia, no sentido de buscar as ações cabíveis em defesa das liberdades democráticas, para interromper qualquer tentativa de golpe de Estado. Já se acumulam episódios em que o presidente Jair Bolsonaro fere o decoro do cargo e comete crime de responsabilidade. As instituições da República, em especial o Poder Legislativo e os partidos políticos que o integram, precisam agir de acordo com a Constituição brasileira para que a Presidência, uma das instituições republicanas, volte a ser exercida com decência, dignidade e respeito ao povo brasileiro.

Brasília, 27 de fevereiro de 2020.

Federação Nacional dos Jornalistas – FENAJ.

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