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Jornalista Cid Benjamin lança ”Gracias a la vida – Memórias de um militante”, em Florianópolis

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Aos 21 anos, Cid Benjamin, líder estudantil e dirigente do MR-8 (Movimento Revolucionário 8 de Outubro), estava sempre em alerta, com uma pistola pronta a atirar. Não o fazia por valentia ou heroísmo, e sim por resistência ao golpe militar. Em 1970, quando era um dos maiores protagonistas da luta armada e da guerrilha, foi preso e torturado no Departamento de Ordem Política e Social (Dops). Sua história veio à tona 40 anos depois, contada pelo próprio protagonista, na obra Gracias a la vida – Memórias de um militante (José Olympio, R$ 35). No dia 26 de março (quarta-feira), às 19h, o autor vem a Florianópolis para o lançamento e debate do seu livro, na Assembleia Legislativa de Santa Catarina.

Cid decidiu esperar até que as reflexões do conturbado período amadurecessem. O resultado é um relato vívido da luta armada contra a ditadura, seguido de ensaios sobre a esquerda brasileira dos anos 1960 até os dias atuais, critica ao Partido dos Trabalhos (PT), do qual foi um dos fundadores, e a pasteurização das legendas. Ele admite que a opção pela luta armada, naquele momento e naquelas condições, foi um erro político. No entanto, pondera que a avaliação “não deslegitima o movimento nem desvaloriza a abnegação dos que se jogaram nele por inteiro, arriscando a própria vida”.

A visita do autor à capital catarinense é uma realização dos mandatos do vereador Afrânio Boppré (PSOL), do deputado estadual Sargento Soares (PSOL); e do Sindicato dos Jornalistas de Santa Catarina (SJSC). Embora seja um livro de memórias, o autor frisa que não é uma despedida. É uma celebração. Gracias a la vida evoca o verso da cantora Violeta Parra, que Cid tocava quando sua mãe o visitou no Chile. “Feliz, sentado na cama feita por caixotes, recostado na parede, tocando violão e cantando Gracias a la vida, que me ha dado tanto.”

Gracias a la vida, música de Violeta Parra, que inspirou o nome do livro de memórias de Cid Benjamin:

Quem é Cid Benjamin?

Por Cristina e Leandro Konder

Cid Benjamin foi líder estudantil em 1968, figura destacada na guerrilha urbana contra a ditadura militar e um dos idealizadores do sequestro do embaixador americano, de que participou.

Viveu a prisão, a tortura e um longo exílio.

Foi aprendiz de sapateiro no Chile, engenheiro numa fábrica de confecções em Cuba. Foi também servente numa escola municipal e professor numa creche na Suécia.

Foi fundador e dirigente do PT, partido do qual se afastou.

Mais tarde, desenvolveu suas qualidades excepcionais de escritor, tornando-se um dos grandes contadores da história de sua geração.

Sua militância política incorpora acertos generosos, mas também traz o franco reconhecimento dos erros cometidos.

Com memória implacável (e, eventualmente, até com senso de humor), Cid mobiliza na linguagem seu poder de contar alguns dos horrores que atravessam a obra literária do século XX.

Assim como não se reduz um grande poeta a seu tempo, os ensaios críticos de Cid não se limitam a imprimir seus anseios e seus protestos ao movimento da história contemporânea.

Cid Benjamin nunca desiste de lutar para fazer justiça.

Serviço

O quê: Lançamento e debate do livro Gracias a la vida – Memórias de um militante, com Cid Benjamin

Quando: 26 de março (quarta-feira), às 19h

Onde: Assembleia Legislativa de Santa Catarina

Saiba mais: Entrevista de Cid Benjamin, no Instituto Moreira Salles (IMS).

Página oficial do livro: https://www.facebook.com/livrograciasalavida

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