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“Em uma empresa de comunicação, questionar não é permitido”

Tive hoje a oportunidade de ler uma carta escrita, como disse um amigo, com o fígado, não com as mãos. Trata-se de um agora ex-funcionário do Diário Catarinense, jornal do Grupo RBS em Santa Catarina, que colocou no papel toda a frustração por ter que sair de um emprego de muito tempo por absoluta falta de condições de trabalho. Sua demissão, como ele conta na carta, foi acertada com o jornal, depois de 25 anos de RBS. Ali ele fala em “prepotência”, em “opressão”, em “tirania” por parte da administração atual. Pra quem critica a RBS desde a adolescência pela má qualidade do jornalismo praticado, é um agravante e tanto um cara que estava ali dentro há duas décadas e meia, que parecia realmente gostar da empresa, não aguentar mais. E na carta ele ainda cita mais 17 outros nomes que teriam saído pelos mesmos motivos, além de outros que continuam no grupo insatisfeitos.

Quando eu vejo uma carta assim, fico com emoções divididas. Por um lado, acho ótimo que as coisas estejam aparecendo e que as pessoas percam o medo de se manifestar contra esse tipo de situação. Por outro, a cada coisa dessas, fico triste por constatar, de novo, a situação do jornalismo no Brasil. Fico triste de ver que o grupo que detém o monopólio da comunicação no Rio Grande do Sul e em Santa Catarina consegue ser cada dia pior e ainda assim manter esse monopólio.

Mas não deixa de ser engraçada a contradição desse pessoal. Vale atentar para uma passagem da carta do ex-funcionário do Grupo RBS, já lá no final:

Em uma empresa de comunicação, questionar, alimento do jornalismo, não é permitido.

Em uma empresa de comunicação que tem a educação como bandeira, que implica justamente pensar de forma autônoma, pensar não é permitido.

Em uma empresa de comunicação que exalta a democracia, vende a diversidade de opiniões, a participação dos leitores como case de ação, de sucesso, divergir não é permitido.

Autor:Cris RodriguesDo Blob Luis Nassif Online

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