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FENAJ repudia violência e assédio contra mulheres jornalistas

A Federação Nacional de Jornalistas – FENAJ, por meio de sua Comissão Nacional de Mulheres, vem a público manifestar repúdio ao jornalista Guilherme Goulart e ao jornal Correio Braziliense pela coluna “A Estagiária”, da Crônica da Cidade, publicada ontem, 11 de setembro. Trata-se de manifestação misógina e reveladora de como as diferentes formas de violência contra as mulheres jornalistas e estudantes de Jornalismo ocorrem no exercício de suas atividades profissionais, as quais vilipendiam os direitos das mulheres como trabalhadoras e cidadãs.

As mulheres são maioria no Jornalismo (64% da categoria). É inaceitável que ambientes de trabalho se organizem por desigualdades e discriminações com base em gênero, em que as relações de poder são estabelecidas para tolher e penalizar as mulheres no mundo do trabalho.

É inadmissível o modo com que Gourlart naturaliza a sexualização de uma estudante de Jornalismo, evocando o machismo que ataca as mulheres de modo cruel e extremamente agressivo. Os assédios moral e sexual são inadmissíveis na conduta de qualquer jornalista, em qualquer ambiente profissional e no conteúdo de qualquer gênero e ou produção jornalística, uma vez que violam os direitos humanos das mulheres, entre eles, o de viver sem violência.

Os conteúdos de comunicação devem primar pela informação e não pela banalização da situação dramática em que vivem milhares de mulheres brasileiras, vítimas de violências no ambiente de trabalho, nos espaços públicos e dentro de seus lares. O artigo 14º do Código de Ética dos Jornalistas Brasileiros é categórico na repressão de condutas de jornalistas que se caracterizem pela ameaça, intimidação e prática de assédio moral e/ou sexual, devendo ser denunciados para as comissões de Ética dos sindicatos e, em última instância, desta Federação.

O jornalista utilizou o mesmo espaço editorial para reconhecer seu erro e pedir desculpas na edição de hoje, 12, do Correio Braziliense. Mas eventuais retratações ou pedidos de desculpas públicos – muitos deles empreendidos para silenciar as mulheres –, não podem escamotear o urgente debate a ser travado pela categoria sobre as violações de direitos sistemáticas dirigidas a mulheres jornalistas, o que invalida a condição de igualdade no exercício da profissão e a necessária transformação nas relações de trabalho entre homens e mulheres.

Por colegas de trabalho, chefias e fontes, as mulheres jornalistas têm convivido – na maioria das vezes, silenciosamente e com rara solidariedade – com o machismo, a despeito de denúncias que pouco têm resultado em mudança de comportamento de profissionais e veículos de comunicação.

A FENAJ, por meio de sua Comissão Nacional de Mulheres Jornalistas, solidariza-se com todas as estudantes de Jornalismo e mulheres jornalistas que tenham vivido ou ainda sejam alvo de práticas machistas em redações jornalísticas, agências e assessorias de comunicação, reiterando o seu posicionamento contrário ao machismo, ao racismo, à lesbofobia e a outras formas de discriminação das mulheres. Ressalta o compromisso com a equidade de gênero, raça e etnia e o empoderamento das mulheres, compromisso que é resguardado nos congressos de jornalistas e documentos normativos, para assegurar os direitos humanos das mulheres.

 

Brasília, 12 de setembro de 2017.

Comissão Nacional de Mulheres.

Diretoria da FENAJ.

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