Na última reunião de negociação coletiva, dia 3 de setembro, na SRTE/SC (Superintendência Regional do Ministério do Trabalho e Emprego de SC), uma pergunta ficou sem resposta: por que na visão das empresas o jornalista em Santa Catarina vale menos que o mesmo profissional nos estados vizinhos?
Enquanto a categoria luta por um ganho real sobre o piso de R$ 1.600,00, o salário de ingresso no Paraná é de R$ 2.464,95. Já no Rio Grande do Sul, o menor salário pago pelas empresas aos jornalistas é de R$ 1.690,00. “Se os três estados do Sul apresentam desempenho econômico semelhante não existe uma justificativa plausível para que os veículos que atuam em Santa Catarina paguem salários tão mais baixos que no Paraná”, argumenta o presidente do SJSC, Valmor Fritsche. “Isso sem falar dos pisos em Alagoas (R$ 2.437,46), Goiás (R$ 1.800,00) e no Distrito Federal (R$ 1.950,00), unidades da federação que registram desempenho econômico em geral até mais modesto que o nosso”.
Mesmo diante destes fatos, os donos dos veículos de comunicação no estado se recusam a pagar um salário digno para seus jornalistas e insistem na proposta apresentada na reunião anterior de aumento do piso para apenas R$ 1.728,00 e reajuste de 7,16% para os demais salários – ou seja, apenas a correção pela inflação e nada mais. Os representantes patronais ficaram de analisar a possibilidade de elevar a proposta de piso para R$ 1.750,00, retroativo a 1º de maio de 2013, e de R$ 1.800,00 a partir de 1º de janeiro de 2014.
Até o momento a bancada patronal – representada pelos diretores do Sindicato das Empresas de Jornais e Revistas Osmar Schlindwein e Ary dos Santos e pelos advogados Gustavo Guimarães e Aglaê de Oliveira – não manifestou sua posição em relação a esta proposta e não aceitou fazer a discussão do conjunto da pauta antes de definir o índice de reajuste dos salários.
